ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 23.05.1997.

 


Aos vinte e três dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Décio Schauren, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Trigésima Nona Sessão Ordinária e da Décima e Décima Primeira Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 56/97 (Processo nº 1645/97); pela Vereadora Anamaria Negroni, a Indicação nº 53/97 (Processo nº 1625/97); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 101/97 (Processo nº 1621/97); pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 102/97 (Processo nº 1626/97); pelo Vereador João Dib, os Pedidos de Informações nºs 92 e 93/97 (Processos nºs 1631 e 1632/97, respectivamente); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Reginaldo Pujol, as Indicações nºs 46 a 52/97 (Processos nºs 1590 a 1596/97, respectivamente) e os Pedidos de Informações nºs 86 e 87/97 (Processos nºs 1599 e 1600/97, respectivamente). Ainda, foram apregoados os Ofícios nºs 240 e 241/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando à Casa os Projetos de Lei do Executivo nºs 21 e 22/97 (Processos nºs 1741 e 1742/97, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 234, 235, 236 e 237/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; Convites: da Ação Democrática Feminina Gaúcha - Amigos da Terra, da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - AGAPAN, da  Associação Ecológica Canela - Planalto das Araucárias, da Cooperativa Ecológica Coolméia, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, do Movimento Roessler para Defesa Ambiental, do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul e da Pangea - Associação Ambientalista, para o painel "Como Sustentar o Desenvolvimento de um Estado de Todos", realizado em sete de maio do corrente; da Associação dos  Proprietários do Centro 24 Horas, para o ato público de reinicio das obras privadas do C24H, realizado em doze de maio do corrente; <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>da Federação das Associações dos Municípios do Estado/RS - FAMURS, para a solenidade de inauguração de sua sede própria realizada em vinte e três de maio do corrente; da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Brasil e dos Irmãos Lassalistas, para a solenidade de lançamento do carimbo comemorativo aos noventa anos de presença Lassalista no Brasil, realizada em quinze de maio do corrente; da Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul e do Sindicato dos Economistas do Rio Grande do Sul, para a reunião-almoço com o  palestrante Senhor Tarso Genro, em sessão comemorativa ao Cinqüentenário do SINDECON-RS, realizada em quinze de maio do corrente; da Senhora Gladys Geyer, do Senhor Miguel Pinheiro, da Senhora Belony Ferreira, da Senhora Susana Alvez Cazarré e da Senhora Isabel Cristina Carvalho, para a exposição "Pinturas", de treze a vinte e seis de maio do corrente; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para o lançamento do prospecto de educação ambiental sobre a poluição sonora no Município, realizado em vinte e quatro de abril do corrente; do Instituto de Estudos Empresariais - IEE,  para  o  jantar  de  posse da Diretoria Gestão 97/98, realizado em vinte e três de abril do corrente; da Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas - AGETRA, para a cerimônia de posse de sua nova diretoria, realizada em vinte e três de abril do corrente; da Federação das Associações Comerciais do RS - FEDERASUL, para a reunião-almoço com o palestrante Senhor Luiz Carlos Osório, Psiquiatra e Consultor Institucional da Grupos, realizada em vinte e três de abril do corrente; do Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa - ARI, para o 57º Almoço da Comunicação, com o tema "Uma Visão Otimista para o Futuro do Rio Grande", realizado em vinte e três de abril do corrente; da Diretoria do Ypiranga Futebol Clube, para o coquetel de confraternização aos amigos e sócios que se destacaram ao longo dos oitenta anos do Clube, realizado em vinte e quatro de abril do corrente; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para a Solenidade de Abertura do Seminário Regional "O Municipalismo Comunitário vai às Missões para evidenciar a Saúde", realizada em quinze de maio do corrente; da Administração Popular de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, para a inauguração do novo prédio da Escola Maria Marques Fernandes, na Vila Mapa 1, realizada em dez de maio do corrente. Após, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador Paulo Brum, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de vinte e três a vinte e cinco de maio do corrente, declarando empossado na Vereança o Suplente Jocelin Azambuja e informando que Sua Excelência passaria a integrar a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Marina Helena Durganti, Presidenta do Sindicato  dos  Servidores da Câmara  Municipal  de  Porto  Alegre, SINDICÂMARA, que discorreu sobre a participação, na Frente Gaúcha em Defesa do Serviço Público, do Sindicato que representa, posicionando-se contrária à reforma administrativa proposta pelo Governo Federal. Ainda, comentou a política <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>salarial dos municipários de Porto Alegre, analisando, em especial, questões referentes à Ação Direta de Argüição de Inconstitucionalidade da Lei nº 7428/94, promovida pelo Executivo Municipal, cujo resultado foi favorável às reivindicações dos municipários. Após, o Senhor Presidente convidou a Senhora Marina Helena Durganti a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib criticou os encaminhamentos dados pelo Executivo Municipal aos debates referentes ao dissídio dos municipários de Porto Alegre, questionando afirmações feitas à imprensa pelo Secretário Municipal da Fazenda, quanto à situação financeira atualmente vivenciada pelo Município. Em prosseguimento, foi registrada a presença de moradores da Vila Campos do Cristal. Após, o Senhor Presidente convidou a integrar a Mesa dos trabalhos o Senhor Rogério Santanna dos Santos, Diretor-Presidente da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre - PROCEMPA, e o Senhor Lauro Roberto dos Anjos da Silva, Coordenador do Serviço de Processamento de Dados deste Legislativo. Dando continuidade, concedeu a palavra ao Senhor Antônio Carlos Alff, Analista de Negócios da PROCEMPA, que procedeu à apresentação do Projeto Câmara 2000: interligação de todos os Setores e automação dos Gabinetes, Comissões Técnicas e Diretorias deste Legislativo. Após, os Vereadores João Dib, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Gerson Almeida, Adeli Sell e Juarez Pinheiro posicionaram-se e formularam questionamentos aos Senhores Rogério Santanna dos Santos, Antônio Carlos Alff e Lauro Roberto dos Anjos da Silva, acerca do Projeto Câmara 2000. Durante a apresentação do Senhor Antônio Carlos Alff, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Luís Inácio Lula da Silva, Presidente de Honra do Partido dos Trabalhadores, e dos Senhores Olívio Dutra e Davi Estival, respectivamente, Presidente Estadual e Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores, que cumprimentaram os Senhores Vereadores, sendo interrompidos os trabalhos às nove horas e quarenta e seis minutos, nos termos regimentais, e retomados às nove horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de "quorum". Após o término da apresentação do Projeto Câmara 2000, o Senhor Presidente ainda registrou as presenças dos Senhores Marcos Vinícius Ferreira Mazoni, José Antônio Borba Soares e Marcos Bein, respectivamente, Diretor-Técnico, Gerente de Sistemas e Supervisor de Análise da PROCEMPA, dos Senhores Valtair do Amaral Madalena e Oli Carlos Barbosa, do Serviço de Processamento de Dados deste Legislativo, do Professor Fernando Nascimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e do Senhor Adalberto Heck, Diretor-Geral da Casa, agradecendo a colaboração de todos para o bom andamento do Projeto Câmara 2000 e declarando suspensos os trabalhos às dez horas e vinte e oito minutos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum",  às <D>dez horas e vinte e nove minutos. Na oportunidade, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 17/97, por vinte e oito Votos SIM, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado os Vereadores<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm> Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Jocelin Azambuja. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Resolução nº 29/96, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Jocelin Azambuja. Em Renovação de Votação foi aprovado Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 02/97 (Processo nº 1267/97) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes, por dezoito votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Luiz Braz, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, Fernando Záchia, Carlos Garcia, Reginaldo Pujol, Antonio Hohlfeldt e Lauro Hagemann, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Renato Guimarães, Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e optado pela Abstenção o Vereador Jocelin Azambuja. Na oportunidade, os trabalhos estiveram suspensos das dez horas e cinqüenta e quatro minutos às onze horas e treze minutos, e o Senhor Presidente, respondendo a questionamento do Vereador João Dib, informou que seria feita a votação do pedido de urgência ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 02/97 e que as Bancadas comprometer-se-iam a, posteriormente, instalarem Comissão Especial para tratar de questões relacionadas ao projeto de construção do "Shopping Center Cristal". Também, o Vereador José Valdir informou que na próxima quarta-feira a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação reunir-se-á para debate acerca do "Shopping Center Cristal". A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 125/97 (Processo o nº 1705/97 - solicitando a realização de Sessão Especial para assinalar a Semana Nacional de Trânsito), do Vereador Cyro Martini, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cyro Martini e Reginaldo Pujol; de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, subscrito pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Guilherme Barbosa e Cláudio Sebenelo, de Moção  de Solidariedade  aos dirigentes  e  atletas  do  Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense, pela sua vitoriosa campanha na Copa Brasil, por vinte e um Votos SIM, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Fernando Záchia, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Pujol, Renato Guimarães e Jocelin Azambuja; de nº 131/97 (Processo nº 1755/97 - realização de Sessão solene em homenagem ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, pela conquista do Título de Campeão da Copa do Brasil de 1997), por dezoito votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Pedro Ruas e Fernando Záchia, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Pedro Ruas, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Jocelin Azambuja; de nº 127/97 (Processo nº 1721/97 - destinação de Grande Expediente para homenagear o aniversário do Movimento EMAUS - Arquidiocese de Porto Alegre) de autoria do Vereador João Carlos Nedel; de nº 128/97 (Processo nº 1722/97 - Moção de Solidariedade às famílias vítimas de atos de violência praticados durante a ação de reintegração de posse da Fazenda da Juta, Distrito de Sapopemba/São Paulo), de autoria do Vereador Antônio Losada, após ser encaminhado à votação pelo Autor. Na ocasião, o Vereador João Dib solicitou a releitura do texto da Moção de autoria do Vereador Antônio Losada, acima referida. Ainda, o Vereador Adeli Sell solicitou fosse averiguado, pelos órgãos técnicos da Casa, se ocorreu falta de decoro parlamentar durante o pronunciamento realizado pelo Vereador Luiz Braz na Sessão Ordinária do dia vinte e um de maio do corrente, tendo o Senhor Presidente solicitado o encaminhamento do assunto por escrito. Também, respondendo a questionamentos do Vereador José Valdir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das formas de interpretação da alínea "f" do § 1º do artigo 94 do Regimento e procedeu à leitura do artigo 229 do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,  a Vereadora Clênia Maranhão comentou declarações à imprensa efetuadas pelo Vice-Prefeito José Fortunati, de que o Executivo Municipal teria interesse em criar um órgão de defesa do consumidor no Município, questionando os motivos pelos quais projeto de lei nesse sentido, de sua autoria,  foi anteriormente vetado pelo Executivo Municipal. Também, analisou questões referentes aos problemas de trânsito observados na Cidade. O Vereador Carlos Garcia reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Luiz Braz na Sessão Ordinária do dia vinte e um de maio do corrente, solicitando maior clareza e especificação nos pronunciamentos em que ocorrem  críticas a esta Casa. Ainda, solicitou discussões com a Secretaria Municipal dos Transportes, visando à busca de soluções para os estacionamentos observados ao longo da Avenida Ipiranga. O Vereador Luiz  Braz  reafirmou  colocações anteriormente feitas, de que, por  diversas vezes, os integrantes de seu Partido foram obrigados a buscar negociações com o Executivo Municipal para viabilizar o beneficiamento da comunidade, solicitando seja reavaliada a relação entre os Poderes Executivo-Legislativo atualmente verificada. O Vereador Elói Guimarães chamou a atenção para o clima de revolta hoje observado no País, propugnando por um maior respeito às pessoas e instituições, para que não ocorra uma instabilidade social que coloque em risco a democracia brasileira. Na oportunidade, o Senhor Presidente sugeriu o apregoamento, a seguir, da Pauta da presente Sessão, o que não se viabilizou, tendo em vista inscrições existentes para pronunciamentos em Comunicação de Líder. Também, respondendo a questionamento do Vereador João Dib, o Senhor Presidente informou acerca das interrupções e do período regimental de término desta Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt reportou-se ao pronunciamento do Vereador Carlos Garcia, acerca dos estacionamentos verificados ao longo da Avenida Ipiranga, analisando, em <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>especial, questões referentes aos localizados próximo ao Hospital Ernesto Dornelles e à Pontifícia Universidade Católica. O Vereador Gerson Almeida comentou pronunciamentos efetuados hoje na Casa, relativos aos estacionamentos existentes ao longo da Avenida Ipiranga. Também, discorreu sobre declarações feitas à imprensa, pelo Senhor João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, acerca da necessidade de organização do povo brasileiro na busca de condições dignas de vida. Ainda, lamentou pronunciamento efetuado pelo Vereador Luiz Braz, acerca da possibilidade de ocorrência de atitudes anti-éticas nas votações de projetos neste Legislativo. Às treze horas e trinta e três minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Carlos Garcia. Do que eu, Guilherme Barbosa, 2º  Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores lº Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Bom dia, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, bom dia aos visitantes - Diretores da PROCEMPA. Saudações tricolores a todos.

O Ver. Paulo Brum solicita licença para tratamento de saúde no período de 23 a 25 de maio.

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Paulo Brum e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.).

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Concedemos a palavra à Sra. Marina Helena Durganti, Presidenta do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA.

   

A SRA. MARINA HELENA DURGANTI: Bom dia, colegas; bom dia, Srs. Vereadores, por vez primeira, hoje, no mês de maio, época em que nós, municipários, homenageamos os trabalhadores ao iniciar o mês, o Sindicâmara ocupa a Tribuna Popular, e é em maio que<E> nós, municipários, também discutimos o nosso dissídio. <E>

Primeiramente, queremos agradecer ao Ver. Clovis Ilgenfritz e à Mesa Diretora pelo apoio à nossa participação nas caravanas a Brasília, integrando a Frente Gaúcha em Defesa do Serviço Público. Queremos homenagear os funcionários deste Legislativo nas pessoas dos funcionários: Oficial de Transportes, Ademir Mocelin; Auxiliares de Serviços Gerais, Antonio Vidal, Rosângela Teles, Clarice Weber, Santa Necilda; Ajudante Legislativo, J<CCAB>orge Mendes; Asssessor Legislativo, Maria Lúcia Carvalho;  Ajudante Legislativo, Hailton Terra de Jesus, que, com boa vontade e garra, integraram-se aos servidores federais e estaduais em prol da luta dos trabalhadores do serviço público neste País.

Srs. Vereadores, boa vontade e garra formam o perfil dos servidores desta Casa.

Colegas, os nossos direitos estão sendo colocados em jogo e somente com a união de todos nós garantiremos a manutenção das nossas conquistas!

Srs. Vereadores, “o servidor público é o que ainda empurra a máquina anacrônica de um país mergulhado na corrupção, da qual são culpados por ação ou omissão justamente aqueles que fazem da injustiça sua arma, da ingratidão sua tribuna e da farsa sua história”. Texto do ex-Vereador e Jornalista Mendes Ribeiro, “Correio do Povo”.

“A Reforma Administrativa em curso propõe na prática uma radical mudança no paradigma jurídico da administração pública brasileira. Tudo nos leva a crer que, de fato, a reforma proposta pelo Governo, e piorada no sentido da fragilização do estado de direito pelo Substitutivo do Dep. Moreira Franco, somente tende a tornar o serviço público mais vulnerável e desorganizado.” Citação feita por Luiz Alberto dos Santos, Assessor Técnico-Jurídico da Bancada Federal do Partido dos Trabalhadores em Brasília, livro este que o Sindicato coloca à disposição, que é um desmascaramento desta proposta do Governo Federal contra o servidor público.

Srs. Vereadores, ontem instalamos o nosso dissídio e vimos pedir apoio e atenção de V.Exas. para acompanhar os municipários nessa luta. Apresentamos um laudo pericial aos Vereadores da Comissão Externa que comprova que o Sr. Prefeito Municipal pode dar, ainda hoje, 21% sem que haja um comprometimento superior a 60% das receitas correntes, prevista na Lei Complementar Camata.

O SINDICÂMARA exige o cumprimento da lei salarial aprovada neste Plenário, em 1994, por V.Exas. e sancionada pelo mesmo Prefeito que um ano depois, em 1995, a levou para o Judiciário para não sofrer uma derrota nesse Legislativo.

Mas o que ocorreu agora, em 1997? O Judiciário derrotou as pretensões da Prefeitura Municipal daquela época e garantiu à classe municipária a vitória da lei salarial.

Para homenagear aquele Judiciário e aqueles Parlamentares desta Casa que votaram naquela lei, passo a ler o voto do Desembargador Osvaldo Stefanello, que vamos requerer que seja inserido nos Anais através de um Vereador desta Casa para que nunca esqueçamos que esta Casa, quando faz leis, o faz seriamente e comprometida com a comunidade. Por ser uma lei salarial, o fez comprometida com a comunidade dos funcionários municipais. (Lê.)

Sr. Presidente e eminentes Colegas: Mantenho  minha posição. Apenas para que dúvidas não pairem do meu modo de pensar, a lei, que se pretende inconstitucional hoje e que assim não foi considerada à época de seu encaminhamento pelo Executivo ao Legislativo de Porto Alegre, inconstitucional não é.  E não o é pela singela razão de que observado foi o princípio da reserva legal, ou da reserva de lei,  porque quem teve a iniciativa da lei foi o Executivo, embora se argumente com o problema da iniciativa, argumento fora da realidade. Esse princípio violado não foi, assim como violado não foi o princípio da autonomia municipal. O Município de Porto Alegre, por intermédio de seu Prefeito à ocasião, nos limites de sua autonomia, encaminhou projeto vinculando a remuneração de seus servidores a um determinado índice, a um determinado fator. Foi no exercício da autonomia do Município que o Prefeito encaminhou esse projeto, e acabou sendo aprovado pela Câmara Municipal com posterior sanção.

Creio que o conceito de autonomia municipal, desde a data em que essa lei foi encaminhada até hoje, não se alterou, a autonomia continua sendo a mesma, o conceito continua sendo o mesmo.

Por evidente que, se alteração houve no critério de arrecadação, sendo demasiadamente pesado ao Município manter o critério de remuneração estabelecido nessa lei, existe o caminho político de encaminhamento, pelo Executivo, de novo projeto ao Legislativo. Esse é o caminho adequado para revogar a lei anterior ou alterar o critério de reajuste ou de revisão remuneratória dos servidores. Só que é o caminho que pode provocar ônus políticos, pode provocar resistência junto ao Poder Legislativo, mas é o ônus político que o Prefeito tem que assumir. O Legislativo, legislando, há de se supor, com seriedade, reexamina essa questão - esse é o caminho adequado.

 O que o Poder Judiciário tem a ver com esse ônus político do Prefeito Municipal? Se fosse inconstitucional a lei, ela já o seria quando nasceu, ela não se tornou inconstitucional com o tempo, mas não era - volto a afirmar -, porque ferido não foi o princípio da autonomia, assim como ferido não foi o princípio da reserva legal. Esses princípios foram observados, hei de supor, de forma livre e consciente pelo Prefeito de então, ou pelo Executivo de então, ou pela Administração, porque também suponho que a Administração de então continua a mesma Administração de hoje, embora tenham mudado os comandantes da Administração, mas a Administração é uma só. E o Município poderia vincular, no exercício de sua autonomia, o reajuste a um determinado fator. Poderia exatamente porque estava exercendo o seu direito de autonomia administrativa.

Nada de inconstitucional, portanto, na referida lei.”

Srs. Vereadores, especialmente os Vereadores da Bancada do Partido do Governo, nós, servidores da Câmara, solicitamos uma audiência e através, também, da Comissão Externa do dissídio que está tratando desse assunto nós precisamos de um canal de negociação com o novo Prefeito, que é o novo administrador, porque nós somos sérios e as entidades que representam os servidores são sérias quando negociam. Nós também somos aqueles que administram e fazem desta Cidade uma cidade trifeliz. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Mesa, esta Presidência, tem acompanhado e dado, na medida de que é solicitada, a sustentação para os movimentos exercidos pelo SINDICÂMARA, inclusive com a representação que tem sido feita, conforme foi colocada pela Presidente, Sra. Marina Durganti, no seu pronunciamento, nas reuniões de Brasília, na Frente Gaúcha em Defesa do Serviço Público. É importante que se ressalte que esse movimento é legítimo e importante neste momento do nosso País. Quanto às questões que inclusive não estavam na pauta da Tribuna Popular, mas consideramos que o momento é oportuno, nós também vamos considerar na Mesa e com as Lideranças desta Casa.

O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de mais nada eu devo dizer que não faço trocas com o Executivo Municipal, até porque nem audiência eu consigo. Em 91, ali naquele corredor, eu pedi uma audiência - ao vivo - ao Prefeito Olívio Dutra para tratar do problema dos municipários. O pedido de audiência estava assinado por seis Líderes de Bancada. De 91 para maio de 97 são seis anos, e a audiência não foi conseguida. Em 95 eu pedi audiência para o Prefeito Tarso Genro e estou esperando até hoje. Era para levar o SINDICÂMARA e o SIMPA. Portanto, eu não arrumo nada, nem audiência!

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu agora falo como Líder da minha Bancada: eu não entendo as declarações do Sr. Secretário da Fazenda, as declarações prefeiturais. Muito rápido o Executivo para tomar o dinheiro dos municipários - vejam que eu falo como Líder de Bancada, não como Presidente de uma Comissão Externa -, muito rápidos para tomar o dinheiro dos municipários! Em 91, aprovada no dia 9 de julho a Lei nº 6855, de redação exclusiva do Município, que não aceitava que se trocasse uma só vírgula. O Prefeito retroagiu a Lei que o Código Civil diz que não pode acontecer. A bimestralidade estava vencida no dia 30 de junho e o Prefeito retroagiu e tomou o dinheiro dos municipários. Em maio de 95, o Prefeito Tarso Genro repete a manobra do Prefeito Olívio Dutra: consegue uma liminar e retroage para tirar os 11% dos municipários no dia 1º de maio, que já estava vencido no dia 30 de abril. Agora o Tribunal derrubou a liminar, disse que a Prefeitura não tinha razão e ele não tem pressa nenhuma para pagar o que os municipários têm direito.

Eu devo dizer que não entendo a Administração prefeitural. Ou nós somos uns tolos aqui, nesta Casa, que aprovam um orçamento sem saber o que é o Orçamento, ou eles pensam que nós somos tolos. O que é o Orçamento? O Orçamento orça a receita e fixa a despesa. Essa é a química do Orçamento. Ele orça a receita porque não sabe quando vai ser, e fixa a despesa - posso gastar tanto -, porque ele tem razões e condições de saber o quanto vai gastar. No Orçamento de 1996, orçaram a receita e fixaram a despesa. Apresentaram para esta Casa um déficit de 8%. A despesa estava fixada, a receita estava orçada. No final do ano, diz o Secretário da Fazenda - duvido das suas palavras - que deu um superávit de seis milhões de reais. Quer dizer: os 8% foram recuperados e deu mais de seis milhões de reais, o que é um pouco mais de um e meio por cento, dando uns 10% a mais do que o previsto. Na apresentação da Proposta Orçamentária, onde as despesas são fixadas, a despesa com o pessoal estava orçada em 57%. Hoje, no “Correio do Povo”, o Secretário da Fazenda diz que gastou 67%. Acho que precisa uma Comissão Parlamentar de Inquérito para saber o que houve na Prefeitura. O que fizeram com o dinheiro do povo? Por que colocaram mais gente lá? Aonde foi esse dinheiro? Para quem deram? Não foi para aqueles municipários devidamente enquadrados na forma da lei. A despesa estava fixada em 57% de um Orçamento que se tornou superavitário. Aonde foi o dinheiro? Eu duvido de seis milhões, porque a primeira notícia foi de que o superávit seria de dez milhões, e eu critiquei porque deveria ser aplicado em obras para esta Cidade. O Secretário criticou-me numa rádio desta Cidade, dizendo que eu queria dez para a Prefeitura. Não, eu queria Orçamento equilibrado. E me informou, porque eu reclamei pessoalmente para ele, que talvez não fosse dez, talvez fosse 15, ou 18 milhões.  De repente, apareceu só seis. Acho que caberia uma Comissão Parlamentar de Inquérito para saber aonde foi o dinheiro do povo de Porto Alegre. Saúde e Paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscrições, a Mesa agradece a presença da Presidente do SINDICÂMARA, Sra. Marina Helena Durganti.

O Ver. Isaac Ainhorn assumirá a Presidência dos trabalhos, porque o Presidente de Honra do PT, Sr. Luís Inácio Lula da Silva, encontra-se em visita à Casa e vamos conduzi-lo ao Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Nós convidamos, neste momento, a Direção da PROCEMPA para que faça uma apresentação do Projeto Câmara 2000: interligação de todos os setores da Casa e automação dos Gabinetes, Bancadas, Comissões Técnicas e Diretorias.

Queremos também saudar a presença, no Plenário desta Casa, da comunidade da Vila Campos do Cristal, que hoje comparece e prestigia esta Casa. Faríamos um apelo a todos os companheiros. Como este Plenário é pequeno e ecoa muito e neste momento nós temos uma apresentação da PROCEMPA, através do seu Presidente, que fará a exposição de um trabalho, pediríamos a colaboração de todos os Srs. Vereadores e dos companheiros da Vila Campos do Cristal para que mantenhamos um mínimo de silêncio para que possamos desenvolver os trabalhos de uma natureza técnica a partir deste momento.

Passo a palavra ao Diretor da PROCEMPA, Sr. Rogério Santanna dos Santos.

                                                          

O SR. ROGÉRIO SANTANNA: Srs. Vereadores e demais presentes, meus cumprimentos. Nós, da Companhia de Processamento de Dados, hoje estamos muito satisfeitos por poder estar aqui expondo esta alternativa que vai colocar, efetivamente, a Câmara de Vereadores em contato com as redes de comunicação mais modernas. Faremos uma breve exposição. O nosso analista de sistemas responsável por este trabalho, Antônio Carlos, fará uma demonstração aos Senhores do potencial desta tecnologia que trará 55 novos microcomputadores aqui para esta Casa e permitirá a integração com a Internet e com todos os serviços possíveis, inclusive, hoje já utilizados por vários Legislativos. Enfim, é um recurso que colocará uma facilidade adicional aos gabinetes dos Srs. Vereadores de maneira que tanto poderão obter informações de uma maneira rápida como se comunicarem muito mais rapidamente. Para não ser extenso, peço ao Antônio Carlos que faça, então, esta demonstração. Depois me coloco à disposição para questionamentos.

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao representante da PROCEMPA, que fará uma exposição deste trabalho - e, evidentemente, numa situação “sui generis” - a que todos nós ficaremos assistindo: o Presidente se colocando fora do seu lugar normal.

 

O SR. ANTÔNIO CARLOS ALFF: Bom dia a todos. Pediria que se apagasse a luz para fazermos a projeção.

O projeto que vamos apresentar é o resultado de um trabalho conjunto entre o pessoal da Câmara de Vereadores - pessoal do Serviço de Processamento de Dados da Câmara - e a equipe técnica da PROCEMPA, visando a definição de um novo modelo tecnológico de informatização para a Câmara de Porto Alegre. Foi chamado de “Projeto Câmara 2000”. Nas tratativas que tivemos aqui, nos trabalhos anteriores à apresentação desse Projeto, já de algum tempo atrás, as necessidades hoje existentes na Câmara são decorrentes de uma falta de equipamentos e equipamentos já, de certa forma, ultrapassados. Alguns pontos foram destacados como necessidade, que seriam: uma modernização do parque, uma automatização dos serviços e uma melhor integração e comunicação.

Nesta figura (apresenta o “slide”), podemos ver a necessidade que hoje existe nas organizações de interligação e de integração, ou pessoas ou departamentos de uma determinada entidade trocam informações, trocam documentos, têm necessidades umas das outras para a execução dos serviços. Existe uma necessidade de interligação, uma facilidade no uso das rotinas dentro das organizações. Essa é uma visão não só daqui, da Câmara. O mundo todo trabalha dessa forma. Temos, nos mais diversos pontos, as organizações se comunicando através de rede, trocando essas informações.

As redes permitem que as aplicações sejam feitas de forma distribuída, permitem um compartilhamento dos recursos e das informações - várias pessoas podem obter quase que instantaneamente essas informações disponíveis - e possibilitam também que recursos distantes sejam utilizados como se fossem locais. Então, da nossa sala de trabalho conseguimos buscar informações do outro lado do mundo.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Conforme havíamos combinado e prevenido este Plenário, temos hoje a satisfação e a honra de receber mais um visitante ilustre: o Presidente de Honra do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva. (Palmas.)

A Mesa, sabedora de que ele está com uma viagem marcada para daqui a alguns minutos, solicitou que ele comparecesse, e fazemos esta pequena interrupção para que ele possa cumprimentar os Srs. Vereadores. Inclusive, solicitou que não houvesse pronunciamento, uma vez que está com o tempo completamente esgotado. 

Está presente também o Presidente Estadual do PT. Convido o Lula e o Olívio para que entrem no Plenário. (Palmas.)

Lula desculpa-se por não fazer um pronunciamento, inclusive dizendo que já está em trajes de viagem, entendendo que cumprimentar os Vereadores, as Lideranças, seria importante.

Está presente também o companheiro Davi Estival, Secretário-Geral do  Partido. A Sessão está interrompida por alguns momentos para os cumprimentos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 09h48min): Estão reabertos os trabalhos. Agradecemos a presença do companheiro Lula neste Plenário. Mais uma vez o saudamos, ao mesmo tempo em que estamos pedindo desculpas ao Lula pela derrota do Corinthians. Sei que não quer falar porque está sem condições emocionais, ele e o pessoal do Colorado.

Queríamos antes destacar aqui, porque a Presidência não estava no momento da abertura, a presença do Diretor-Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna dos Santos; do Diretor-Técnico Marcos Vinícius Ferreira Mazoni; do José Antônio Borba Soares, Gerente de Sistemas; Marcos Bein, Supervisor de Análise; Antônio Carlos Alff - que está fazendo a apresentação -, Analista de Negócios. Queríamos salientar para todos os Vereadores presentes o trabalho dos nossos colegas de Câmara que dirigem, que chefiam o Serviço de Processamento de Dados sob a coordenação de Lauro dos Anjos da Silva: Oli Carlos Barbosa, Valtair do  Amaral  Madalena, que têm sido incansáveis neste trabalho. Todo esse trabalho também foi coordenado pelo nosso Diretor-Geral Adalberto Heck. Tivemos uma colaboração efetiva de um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fernando Nascimento, que muito colaborou no encaminhamento do processo, em especial na elaboração do contrato que assinamos com a PROCEMPA.

Devolvo a palavra ao Sr. Antônio Carlos Alff e peço desculpas pelo transtorno. Para nós foi muito honrosa, importante e significativa a visita de uma personalidade nacional.

 

O SR. ANTÔNIO CARLOS ALFF: Aqui temos os objetivos básicos que foram licitados para o Projeto. Seria a interligação de todos os setores da Câmara através de uma rede local, a automação dos Gabinetes, Bancadas, Comissões e Diretorias, a criação de uma intranet com informações das Câmaras. Mais adiante vamos ver o que seria o “intranet”. Na realidade, se objetiva enxergar na forma de internet todas as informações que hoje circulam pela Câmara, o  acesso à rede mundial Internet. Essa infra-estrutura toda vai possibilitar a comunicação e a troca de informações dentro da própria Câmara com os seus vários setores e com as instituições externas - Prefeitura, público em geral. A automação dos Gabinetes vai se dar através da implantação de novos equipamentos que são de última geração. São microcomputadores multimídia, uma impressora a “laser”, semelhante à que tenho aqui para fazer esta demonstração, e um conjunto de programas de automação de escritório: processador de texto, planilha eletrônica, parte de criação de bancos de dados, acesso à Internet, o correio eletrônico, que é o processo de comunicação na Internet, a agenda e os “softwares” de apresentações. Esta apresentação está sendo feita neste “software”, que ficará à disposição da Câmara também. De certa forma, esta automatização se dá de maneira maior ou menor, dependendo do nível de cada setor, porque na Câmara já existe hoje um conjunto de equipamentos e esse trabalho seria para dar uma ênfase na automatização dos processos, troca de documentos tradicionais, utilizando os recursos do computador. Com isso  teríamos uma melhor qualidade, aumentaríamos a rapidez na tratativa dos assuntos e uma melhor integração.

Os principais pontos de cada um desses recursos que serão colocados à disposição da Câmara são:

Processamento de texto: seria a utilização de uma ferramenta que possibilita vantagens como correção de erros, aproveitamento de documentos já existentes. Podemos fazer cópias com muita facilidade e sem um conhecimento muito técnico. Com o treinamento que nós vamos ver a seguir, as pessoas estarão habilitadas a desenvolver esse trabalho.

Da mesma forma, a parte de correio eletrônico é um ponto importante à disposição da rede, pois permite, além da comunicação eletrônica entre todos os usuários da rede e os usuários externos, a troca de mensagens e documentos; agendamento, marcação de reuniões. O objetivo é diminuir - terminar é quase impossível - a pilha de papéis, gerando os documentos no próprio computador e fazendo com que eles circulem pela rede no sentido de chegar àquelas pessoas que devem opinar ou responder aquele documento usando a rede.

Depois, nós teremos o projeto da Intranet, que é a forma como se colocam as informações hoje à disposição da rede mundial. É a forma interna. Aqui, na Câmara, já foram listados alguns pontos. São aquelas informações que hoje estão em papel e que poderiam estar à disposição de qualquer local, dentro e fora da Câmara, no sentido de que estariam à disposição da população e de entidades em geral, como a composição da Mesa, a descrição para cada Vereador, as Comissões, informações gerais, o diário da Câmara, pronunciamentos, projetos em tramitação, publicações dos Gabinetes, Regimento, Lei Orgânica. São alguns pontos que têm de ser trabalhados agora, na implantação do Projeto.

Também está prevista a conexão com a Internet, que é a rede mundial de computadores que interliga mais de 180 países. São 50 milhões de usuários. Aí  podemos ter consultas às instituições em geral, aos governos, dentro do Brasil e no exterior, em bibliotecas internacionais, em museus, em fontes de pesquisas. Podemos fazer compras através da rede, solicitar serviços e o correio eletrônico. E essa comunicação é feita através de consultas às páginas institucionais das várias entidades, consulta a banco de dados, aos serviços disponíveis na rede e a troca de mensagens e de arquivo. Por exemplo, a Câmara encaminha um documento feito aqui para um outro ponto qualquer.         

Os equipamentos previstos no Projeto, inicialmente, são: 40 microcomputadores mídia; 15 computadores Pentium; 43 impressoras a “laser”; duas impressoras coloridas departamentais; os serviços que irão suportar toda essa infra-estrutura. E, ainda, seriam conectados a esta rede mais 34 computadores já existentes na Câmara hoje, considerados aptos a utilizarem esse novo padrão de tecnologia.

Junto com a implantação da rede, nós precisamos trabalhar no treinamento das pessoas, porque não adianta colocar a tecnologia à disposição das pessoas se elas não forem treinadas, orientadas e incentivadas ao uso dessa tecnologia em um treinamento em módulos para que  possam se desenvolver gradativamente.

Está previsto, inicialmente, um módulo mais técnico de aproximadamente 180 horas para o pessoal do Serviço de Processamento de Dados, que seria na fase de montagem da rede, ou seja, do sistema operacional, de como se montam e se criam essas páginas, de como se libera e se instala o correio eletrônico. O outro bloco de treinamento seria para os servidores da Câmara. Inicialmente, está previsto um treinamento para 50 servidores com cinco mil horas de treinamento, e esses servidores terão um papel de multiplicadores dentro da Câmara. Essas pessoas serão treinadas e teremos que incentivá-las a que elas repassem esse treinamento para os demais colegas. Esse treinamento será na utilização do computador em si, no ambiente “Windows”, “Word”, “Excel”. Esses são os produtos de automação de escritório. Teremos que continuar com esse treinamento, porque o treinamento em si não será suficiente. Então, o pessoal do Serviço de Processamento de Dados também terá a incumbência posterior de continuar treinando os demais servidores da Câmara.

Uma pequena avaliação para encerrarmos esse primeiro bloco: com esse Projeto, a Câmara terá uma atualização tecnológica, recebendo uma estrutura moderna para fazer frente às demandas atuais e futuras, nos próximos dois ou três anos, que é o prazo do contrato. Comunicação em tempo real, quer dizer, interna e externa. Através dessa rede, as pessoas poderão se comunicar, transferir e receber seus documentos, desenvolver ações. Teremos mais um canal que poderá ser usado para a população poder exercer a cidadania. No momento em que essas informações estiverem disponíveis nessa rede, elas poderão ser colocadas à disposição dos cidadãos. Teríamos, com certeza, uma economia interna - falando em termos de redução de papéis, telefone, fax, fotocópias em si -, porque os documentos trafegando de forma eletrônica se evita que eles tenham que ser impressos em papel, e teremos uma melhor administração desses itens. Por último, teremos, com certeza, uma maior agilização dos trabalhos e maior eficiência no decorrer dos trabalhos desenvolvidos dentro da Câmara. (Mostra transparência.)

Aqui, de forma gráfica, só para ter uma visão geral de como seria essa rede, teremos basicamente, nos Gabinetes, as máquinas multimídia. Cada Gabinete receberá um computador, juntamente com uma impressora. Outras máquinas serão distribuídas nos demais setores da Câmara e teremos uma impressora de maior potência para os trabalhos mais consistentes.

Cronograma de implantação: teremos esse cronograma basicamente ocorrendo em duas fases.

Uma primeira fase, que já estamos iniciando, constaria do treinamento básico que seria feito durante os meses de junho/julho, a instalação de trinta e três microcomputadores nos Gabinetes dos Vereadores, instalação de dez impressoras durante o mês de junho, se dando alteração nessa rede a partir do mês de julho. Paralelamente, estaremos iniciando o programa de treinamento para os servidores.

A segunda fase se dará em meados do mês de setembro, onde teremos a instalação das máquinas multimídia, mais a instalação de quinze micros e o restante das impressoras. Essas duas datas são em razão de não dispormos dos equipamentos multimídia no momento. Estão em processo de compras e, portanto, faremos a instalação provisória, que seria a fase um, e, no momento em que as máquinas novas chegarem, elas serão substituídas.

Em termos de apresentação seria isso. Mas eu gostaria, rapidamente, agora, de mostrar algumas informações, em nível de Internet, do potencial que temos através da Intranet.

Vamos ver agora a página principal da Intranet da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Temos aqui todas as informações da Mesa Diretora da Assembléia, os Deputados, as Comissões. Na Mesa Diretora, temos listados todos os Deputados que a integram. Se quisermos informações sobre cada um, é só levar o “mouse” e teremos as informações desejadas. Vejam os Senhores a facilidade de operação dessas páginas, pois apenas estou com o “mouse” e comando o que desejo saber e, imediatamente, aparece tudo na tela do micro!

Cada vez que eu apertar o “mouse” numa linha que está sublinhada - notem o cursor: ele troca de uma flecha para uma mão -, todas as informações são agregadas na forma de página e em cascata.

Se eu colocar o meu pedido na palavra “plenário”, vou ter na tela o Plenário. E lá eles têm uma sofisticação, que é uma câmera filmadora que, periodicamente, envia uma imagem da situação do Plenário.

Gostaria de fazer uma ressalva, pois estamos ligados à PROCEMPA através de uma linha telefônica e da PROCEMPA é que estamos indo na rede de comunicações acessando as páginas da Assembléia. Só que estamos operando aqui na Câmara uma linha que tem uma velocidade muito baixa e que não vai operar quando o Projeto for implantado. A que vai operar quando o Projeto for implantado tem uma velocidade de aproximadamente dez vezes a velocidade dessa linha que estamos usando. Temos uma certa lentidão quando temos fotos. Mas vejam aqui o Diário da Assembléia! E a lógica de funcionamento é muito fácil de ser operada. Temos aqui todos os dias do Diário da Assembléia e podemos escolher um dia específico, tendo, assim, as informações daquele dia do Diário. Da mesma forma como estamos vendo aqui para essas informações, todas as demais necessidades da Casa poderão ser colocadas dessa forma, e isso será possível de qualquer terminal aqui da Casa, com esse mesmo nível de consulta. E também temos um outro serviço que estará disponível nessa rede, que é o de correio eletrônico. Demonstro aqui para vocês o serviço de caixa postal eletrônica, onde foram recebidas uma série de mensagens. Mostro aqui um documento feito no “Word”. E vejam a facilidade com que mandamos as coisas por dentro da rede. E podemos aprofundar mais a informação, abrindo o documento onde está o contrato que foi assinado para a contratação desse Projeto que estamos vendo. Todos os textos que foram ajustados com a Câmara e o departamento jurídico constam aqui no documento. Vejam a facilidade de transferência de um documento! E fiz essa transferência ontem, lá da PROCEMPA para cá, justamente para hoje podermos fazer essa demonstração aos Senhores. Fecha-se o documento, e podemos abrir uma outra mensagem, e assim por diante. É muito simples a operação. As pessoas serão treinadas para o uso desses instrumentos novos de trabalho que serão colocados à disposição dos servidores da Câmara. Encerro a apresentação e coloco-me à disposição de perguntas dos Senhores.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca aos Senhores que considerava fundamental, de suma importância, essa demonstração. Foi um pouco mais longa do que esperávamos, mas ainda há condição de inscrição de nove Vereadores para questionamentos. E após os esclarecimentos do Sr Antônio, se for o caso, também podem ser questionados os nossos representantes na pessoa do Coordenador do SPD, o Lauro, a quem convido para participar aqui da Mesa. Esclareço que cada Vereador terá cinco minutos para proceder suas perguntas, e as respostas poderão ser dadas em conjunto.

O Ver. João Dib está com a palavra.   

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente da Câmara e Sr. Presidente da PROCEMPA, temos em vigor a Lei Camata e uma lei de autoria do Ver. João Dib que diz que a Prefeitura deve dar, ao fim do mês seguinte, os dados totais sobre gastos de pessoal. E como foi dito que teremos acesso a informações da Fazenda, por exemplo, quero saber se esse acesso me dirá quanto a Prefeitura arrecadou no mês, quanto representam as receitas correntes e quando representa o gasto de pessoal. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Peço que tanto o Sr. Alff, como os Srs. Lauro e Rogério - perdoe-me nosso Presidente da PROCEMPA - anotem que, no final, as questões poderão ser respondidas.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, um dos setores mais importantes da Casa é o Setor de Taquigrafia e o Setor de Anais. Numa visita que fizemos ao Setor de Taquigrafia, vimos que essa Administração deu uma importância muito grande ao Setor e havia colocado alguns computadores para que os Anais pudessem ser agilizados e  pudéssemos ter aquilo que se passa na Câmara prontamente agilizado no Setor de Taquigrafia. Mas notei que esses computadores foram retirados. Pergunto: qual a importância do Setor de Taquigrafia para essa reformulação que será feita no setor de informatização?

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Carlos Nedel, tem a palavra V.Exa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não tenho pergunta específica. Apenas gostaria de cumprimentar a Mesa Diretora pelo acerto da decisão que teve em informatizar, atualizando a Casa com a modernidade. Meus cumprimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Quero cumprimentar o Sr. Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna, assim como os demais dirigentes que o acompanham. E não tenho nenhuma pergunta, mas gostaria de secundar as palavras do Ver. João Carlos Nedel e demais Vereadores no que tange à importância de colocar a serviço dos Srs. Vereadores e dos funcionários desta Casa instrumentos tão ágeis e capazes de qualificar a ação parlamentar. Com certeza a democracia da Cidade vai ganhar.

Por último, considero uma vitória da Mesa Diretora, através do seu Presidente e demais membros, ao decidir por se modernizar e estar utilizando-se dos instrumentos mais adequados. Com certeza, vai qualificar ainda mais o seu trabalho a serviço da melhor condição de vida da Cidade.

Queria parabenizar o Presidente e esperar ansioso para que seja implantado esse Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL: Caro Presidente, caro Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna, parabéns por essa iniciativa importante. Acredito que em breve teremos plenas condições de operar esse novo sistema, dando mais agilidade e mais presteza não só para o serviço da Câmara, mas também para a cidadania de Porto Alegre. Minha única preocupação é se está pensada a questão da utilização dos telefones, porque sabemos que aqui, na Câmara, temos graves problemas de telefonia e uma utilização do sistema ligado à Internet vai demandar uma linha. Quero saber se isso está pensado e quais as medidas que foram tomadas. Acho isso importante.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais inscrições. Solicitamos que o Presidente,  Rogério  Santanna, tome a palavra, e depois o nosso Coordenador Chefe do Setor, Sr. Lauro. Cada um coloque esses esclarecimentos e também, se for preciso, o nosso técnico Alff, tão respeitado pelo seu trabalho.

 

O SR. ROGÉRIO SANTANNA: Vou começar pela última pergunta, que se refere à demanda de telefonia, se elas seriam afetadas pela ligação de acesso à Internet. Quero dizer que não, porque há linhas especializadas nisso. Não passa pelo uso das linhas telefônicas que os Senhores já têm. Ela não vai sobrecarregar. Talvez até contribua para diminuir, porque muitas das coisas que vocês hoje precisam recorrer ao telefone poderão fazê-lo pelo “e-mail” ou pela Internet. Nesse sentido, ela contribui para que melhore efetivamente. Há uma linha especial dedicada a isso de alta velocidade e especializada.

Com relação à pergunta do Ver. João Dib e que fazia referência se ele poderá acessar determinados sistemas específicos de informação, quero dizer que nós temos a rede da Câmara aqui, que é uma rede local e não está, num primeiro momento, previsto acesso a esse tipo de sistema, porque não cabe à Companhia de Processamento de Dados definir quem acessa ou não que  tipo de sistema. É uma tratativa entre as partes interessadas. Portanto, a Companhia presta o serviço para quem vai autorizar ou não, se quem vai acessar o serviço da Câmara de Vereadores é ela própria, e não a Companhia. Então, essa tratativa é feita diretamente. Mas quero dizer que temos também uma convivência de dois mundos, de dois sistemas antigos, diferentes. Temos aqui, na Câmara, uma rede moderna, local, que está ligada à Internet e, infelizmente, porque a Secretaria da Fazenda, por exemplo, tem um dos sistemas mais antigos já feitos no Município, que foi um dos primeiros lugares, esses sistemas residem em outro ambiente de computador, baseados no computador central. Para que se faça esse tipo de comunicação, é preciso algum trabalho computacional. Então, não é uma coisa assim tão direta como o é nesse ambiente, mas é uma tratativa entre as partes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Lauro da Silva está com a palavra.

 

O SR. LAURO DA SILVA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu só gostaria de acrescentar que, realmente, como foi colocado pelo Presidente da PROCEMPA, o artigo, a cláusula primeira desse contrato prevê justamente esse acesso aos dados desde que haja acordo entre ambas as partes. Está bem claro ali que uma das partes desse Projeto são os pontos de acesso e estes sempre se integram ao correio eletrônico local, com comunicação, com consulta aos sistemas corporativos de todas as redes locais da Prefeitura e redes externas mediante autorização dos respectivos proprietários. Quanto à questão colocada pelo Ver. Luiz Braz sobre o Setor de Taquigrafia da Casa, queria dizer que, realmente, o Setor é muito importante nesse processo de modernização e informatização da Câmara. A Câmara adquiriu já vinte computadores Pentium do porte desses que foram apresentados. Como eu estava dizendo, é muito importante o serviço de taquigrafia da Casa. Esses computadores adquiridos já há algum tempo vão-se somar e integrar-se à rede, porém a plataforma que a Câmara tinha até hoje não suportaria o ambiente novo que se está apresentando, porque essa plataforma nova prevê uma rede de “Windows 95” e a que a Câmara tem hoje é de “Windows 3.11”, com editor de texto “Carta Certa 7”, e está muito abaixo do nível tecnológico hoje existente no mercado. A previsão que se tem é dar treinamento a todos os funcionários da Casa para o uso dessa nova tecnologia, de forma apressada, até para que houvesse agilização no trabalho de taquigrafia. Esses computadores foram instalados provisoriamente lá, mas fora do novo ambiente de trabalho.

O que se pretende é utilizar seis computadores já instalados no Setor de Taquigrafia para o treinamento do pessoal e, tão logo cheguem os equipamentos que estão sendo locados pela PROCEMPA, a partir da segunda quinzena de junho, serão substituídos os seis computadores que estão saindo do Setor de Taquigrafia para treinamento, ou seja, os discursos do Plenário, as Sessões, será tudo digitado diretamente nos terminais, revisado e disponibilizado na rede local não só para consulta interna, mas também pela Internet para consulta externa.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu gostaria de saber do treinamento para os Vereadores.

 

O SR. LAURO SILVA: Nós pretendemos fazer treinamento não só para os funcionários, mas para os assessores dos Vereadores e para os Vereadores da Casa. Precisamos agendar, obviamente, mas o Serviço de Processamento de Dados, que vai dar seqüência ao treinamento iniciado pela PROCEMPA, tem essa meta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para destacar a quantidade e a qualidade dos serviços que a PROCEMPA vem desenvolvendo em prol da Administração do Município e, neste sentido, com a presença do seu Presidente Rogério Santanna e dos servidores da PROCEMPA, também prestar o nosso reconhecimento a essa empresa por sua importância para o desenvolvimento dos trabalhos do Executivo, do Legislativo, enfim, de todo o Município, pela qualidade técnica com que se destaca .

Meus parabéns ao Presidente e aos servidores aqui presentes! Que isso seja estendido a todos os funcionários dessa instituição municipal!

 

O SR. PRESIDENTE: Quero dizer que este é um trabalho que não foi apenas desta Mesa, que se esmerou em colocar em prática um plano de maior envergadura, no sentido de que já havia alguns trabalhos. O Ver. Luiz Braz sabe disso. É um esforço de várias direções da Câmara, mas agora conseguimos, no momento oportuno, fazer um contrato mais abrangente. Inclusive, tenho que dizer que o Ver. Isaac Ainhorn, no ano passado, já havia feito dois contratos setoriais com a PROCEMPA, e isso veio oportunizando que a PROCEMPA conhecesse a nossa estrutura por dentro e pudesse colaborar com o nosso Serviço de Processamento de Dados.

A prata da Casa está preservada e valorizada. Isso é importantíssimo. E aqui os funcionários Lauro, Valtair, Oli e outros estão atentos a este trabalho.

Está previsto neste processo - não sei se foi dito pelo Alff - que a Câmara poderá, com o mesmo equipamento que vai ser instalado nos Gabinetes dos Vereadores, dentro de 45 dias ou um pouco menos,  usar o câmera-vídeo, que é um processo onde toda a Sessão estará sendo transmitida, ao vivo, para todos os Gabinetes. Estamos já em processo de licitação para a compra do equipamento, que é relativamente barato, para as filmagens e retransmissão desse processo.

Então, além da Internet, que é algo muito importante mesmo, porque é o que o Ver. João Dib e outros reclamam, vamos chegar onde quisermos, via Internet, no mundo, não só em Porto Alegre, na Prefeitura, no Governo Federal, no Governo Estadual, e também ter a intranet, que é entre nós, para conversarmos e recebermos informações entre Gabinetes, Diretorias e Sessões. Eu queria salientar, mais uma vez, a presença do Professor da UFRGS Fernando Nascimento. Agradecemos, mais uma vez, ao  Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna dos Santos, à sua equipe e ao nosso Chefe do SPD, Lauro Roberto da Silva, e à sua equipe pelas presenças. Na medida em que os Srs. Vereadores e outros setores da Câmara sentirem necessidade de maiores esclarecimentos, os contratos e o “Projeto Câmara 2000” estão à disposição. Inclusive o “Projeto Câmara 2000” já foi distribuído às Lideranças. Eu agradeço a todos pela presença  e suspendo a reunião para as despedidas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 10h29min): Estão reabertos os trabalhos. Hoje é um dia bastante concorrido. Isso é bom. A Câmara recebe o entrechoque da comunidade e todas outras questões estão também presentes. Já tivemos a presença do Lula, depois da PROCEMPA, da Tribuna Popular, e estão aqui  moradores da Vila Cristal com suas reivindicações. Eu acho que é importante salientarmos que a Câmara está participando.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Toda esta comunidade presente, inclusive com crianças, está aqui exatamente esperando que possamos entrar na Ordem do Dia para votar o projeto que está ligado ao seu interesse. Meu Requerimento é para que  façamos a inversão da ordem dos trabalhos e passemos imediatamente à Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

 Havendo quórum, passamos à

 

 

ORDEM DO DIA

         

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1369/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/97, que estabelece o preço mínimo para alienação de terrenos de propriedade do Município no Porto Seco. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:         

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VIII, da LOM.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 017/97. (Pausa.) Não havendo inscritos para discutir, em votação. (Pausa.) A  votação será nominal por solicitação do Ver. João Dib. (Após chamada.) APROVADO por 28 votos SIM.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2973/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que concede ao pianista João Antônio Peixoto Primo o Prêmio Artístico "Lupicínio Rodrigues".

 

Pareceres               

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

                                

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.

 

 

Observações:

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Não há Vereadores para discutir. Em votação. Para encaminhar, o autor do Projeto, Ver. Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fizemos questão de vir à tribuna neste encaminhamento para podermos fazer um registro que nos parece importante. O nosso João Antônio Peixoto Primo, o querido “Primo”, é uma pessoa que está intimamente ligada a todo o meio artístico deste País e fora dele, um gaúcho que está radicado há muitos anos em Brasília e tem tocado e levado a sua música e também as tradições do Rio Grande, da nossa terra, a todos os setores do nosso País, no exterior, cantando para reis, ministros e presidentes. Enfim, com uma trajetória muito linda,  esse é um reconhecimento que quisemos fazer ao Primo que, ainda na segunda-feira, participava do programa do SBT, do Jô Soares, em que era também homenageado por essa atuação que tem tido em nível nacional e internacional na parte importante da cultura gaúcha e brasileira. Por isso, Srs. Vereadores, é que nós pedimos o apoio para a aprovação do Projeto que é mais um reconhecimento ao valoroso trabalho do nosso querido Primo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar,  em votação o PR nº 029/96. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Renovação de Votação do Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida, solicitando que o PLCE nº 02/97 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes.

Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já perdi a conta do número de vezes que vim a esta tribuna para dizer que um Vereador pode até fazer leis, mas na dura realidade ele deve ser o fiscal da lei. Encaminhei à Presidência um Requerimento para que fosse auscultada a Comissão de Justiça da Casa para saber se o Requerimento de urgência poderia ser votado antes de votar o pedido de formação de uma comissão para analisar o Processo. Não tenho resposta dessa dúvida que me é atroz. Muitas vezes, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o silêncio é mais ouvido do que a voz, mas não tenho resposta se pode ser votado o Requerimento de urgência antes de ser votado o requerimento de formação de uma comissão. A precedência, pela simplicidade com que encaro as coisas, está a me dizer que o Requerimento de urgência não pode ser votado.

Quero dizer a todos que aqui estão preocupados com os seus direitos, e estão absolutamente corretos, que este Projeto que se está pretendendo votar, de alteração do Plano Diretor, não modifica em nada os direitos dos Senhores. Poderia ter sido mandado sem vincular ao “Shopping” Cristal. Já disse que aprovaria com toda a tranqüilidade, e não estou fazendo nada de diferente. Agora, sou intransigente pelo cumprimento da Lei Orgânica e do Regimento Interno. Precedência é precedência. Eu apresento um projeto de lei no protocolo, é registrada a hora em que ele foi apresentado porque, se algum outro Vereador fizer em cima da mesma matéria uma solicitação ou uma proposição igual, terá que ser votado primeiro o meu documento. Entrei com um pedido para a formação de Comissão Especial há muito mais de 15 dias e não me deram resposta se vão formar a Comissão ou não. Enquanto não me derem resposta, não pode haver urgência. Estou disposto a conceder a urgência e avisei que não teria nenhum problema desde que um outro projeto, o prometido, onde está o terreno de 3,55 por 18m, onde estão uma série de coisas que precisam ser esclarecidas pela Cidade - pela Câmara, portanto -, esteja na Casa. Talvez, na segunda-feira, a Administração dos Trabalhadores encaminhe à Câmara e possamos fazer todas as coisas.

Mas, Sr. Presidente - a pausa é para que fique bem claro o que vou dizer agora -, eu preciso da informação. Pode não ser votada urgência antes de votar o pedido de criação ou não da Comissão Especial para tratar do mesmo problema? Enquanto isso não for decidido, a Mesa pode tomar as posições que quiser. Sabe-se que não vou, sozinho, derrubar a Mesa nem derrubar o Plenário, pois o Plenário é muito mais forte do que eu. Sou muito conciliador. Espero que haja uma solução.

Por enquanto digo: saúde e paz. Espero, na segunda-feira, aquele Projeto, este sim, que interessa. Transferência, trocas, permutas, concessões, aquilo tudo que o jornal diz que a Prefeitura não ia fazer, mas vai fazer. Este precisa ser examinado com todo o rigor por esta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Ver. Luiz Braz, a Mesa está precisando responder uma questão colocada pelo Ver. João Dib. Vou pedir para suspender por uns minutos e chamar a nossa Procuradora para fazer uma consulta sobre a forma com que podemos encaminhar esse questionamento feito pelo Ver. João Dib.         

   

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu ia solicitar exatamente isso a V.Exa., já que o Ver. João Dib levantou um óbice que pode ser legal e regimental.  Então, V.Exa. está correto.

          

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência precisa tirar as dúvidas a respeito da questão. Portanto, vamos suspender os trabalhos para ouvirmos a Procuradora da Casa, a Dra. Marion. Mas antes gostaria de registrar com muito prazer e honra a presença entre nós, e sentado à tribuna ao lado do Ver. Cláudio Sebenelo, do Vice-Prefeito de Quaraí, Sr. Rodrigo Vieira. Seja bem-vindo, e a Casa está à sua disposição para trocar informações e processos administrativos.

Suspendemos a Sessão por alguns minutos para consulta à Procuradoria da Casa.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h54min.)  

 

O SR. PRESIDENTE (às 11h13min): Estão reabertos os trabalhos. Em votação o Requerimento relativo ao PLCE 02/97.

Vamos fazer um esclarecimento aos Srs. Vereadores pelas dúvidas que surgiram: existem duas questões preocupando parcela das Bancadas - que têm preocupações diferentes -, mas é um conteúdo somente. O Requerimento que está sendo encaminhado diz respeito ao PLCE nº 02/97, que  trata de criar "unidade territorial de comércio e serviços 02, da Unidade Territorial Seccional Intensiva 45, e define o regime urbanístico e dá outras providências". O PLCE define, através de um artigo, o regime urbanístico de parte da área onde está instalado o Jockey Club, no terreno do Jockey Club. Dentro da área existem vilas e existe um processo - um projeto para o “shopping”. Esse  Projeto deverá vir à Casa para ser apreciado no seu mérito.

A questão colocada pelo Ver. João Dib é que deverá ser constituída uma Comissão Especial. A Mesa recebeu várias informações que coincidem com o que aqui foi dito. Em primeiro lugar, vota-se o Requerimento que pede urgência ao Projeto  que já está aqui na Casa - que é a mudança do regime urbanístico. Segundo, comprometem-se as Bancadas a abrirem uma Comissão Especial para tratar do Projeto de Lei do “shopping”. Assim sendo, colocamos em votação e pedimos vênia aos Líderes para que se manifestem da tribuna, ao encaminhar esse Requerimento, apenas concordando, ou não, com o que nós interpretamos das conversações.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero que os Srs. Vereadores que encaminharam aquele acordo para se votar aqui a urgência possam se voltar para trás e ler o que está escrito nas faixas que os moradores trouxeram. Uma delas diz “não somos contra o ‘shopping’” - assim como ninguém aqui, neste Plenário, é -, “queremos moradia e não cocheiras”. E quando esses moradores dizem isso é porque estão sendo oferecidos a eles lotes com 3,55 por 18 metros de testada, e eles não pedem muito mais do que isto. Eles estão pedindo lotes com quatro metros, porque o terreno é muito estreito e as casas serão estreitas. Serão construídas em dois pavimentos, só que a maioria dos moradores são idosos. O banheiro será construído na parte de baixo, a parte superior não terá banheiro  e a escada será em caracol.

Se vocês forem visitar a região, verão que uma boa parte desses moradores reside em casas muito melhores do que essas. E o que nós estamos propiciando nesta negociação é que eles sejam empurrados para um local onde vão viver muito pior. Porque, ao aprovarmos esta urgência e ao aprovarmos este Projeto, nós estamos dando-lhes a chave que eles precisam para, imediatamente, começar todos os projetos para erguer o “shopping”. Nós não somos contra o “shopping”. Nós queremos é que a situação dos moradores se resolva em primeiro lugar, nada diferente disto. Nós não queremos trancar nenhum projeto, não queremos impedir que o “shopping” seja erguido, somos favorável ao “shopping”. Mas por que nós vamos condenar esses moradores a viver de uma forma muito pior? Por que não aceitamos até agora nenhum acordo que foi proposto?

Gostaria que os Senhores olhassem esse documento. Eles iniciaram pedindo um terreno maior. E depois foram aceitando e foram aceitando, e foi diminuindo e diminuindo, e depois foram obrigados a parar nos quatro metros, porque senão não daria nem para colocar uma cama.  Os empresários e a Administração Popular, pelo que me parece, não estão nem aí para o que vai acontecer com esses moradores. Só que nós somos responsáveis por esta comunidade, porque somos representantes de toda a sociedade. Acredito que eu não devo ter tido nenhum voto dessa comunidade. Não me interessa. O que interessa é que essa gente é pobre, sem voz, está oprimida, está ameaçada de perder o pouco que tem. E nós, infelizmente, estamos aqui para concordar com tudo isso, e eu ouço dizer que o importante não é este Projeto, mas o outro. Não, o importante é este Projeto, porque muda o regime urbanístico e possibilita que os projetos do “shopping” possam começar a ser feitos. E a comunidade? E aquelas setecentas e poucas famílias que moram lá? Por que não surge agora uma solução para este caso?

Ver. José Valdir, que preside a Comissão de Urbanização e que é defensor dos moradores das vilas desta Cidade - e já vi V.Exa. em ação muitas vezes e sinto-me orgulhoso, inclusive, de tê-lo como companheiro -, quero ouvir sua voz defendendo também esses moradores, porque eles são exatamente iguais a tantos outros moradores que V.Exa. já defendeu nas vilas pobres desta Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estamos em tempo de discussão?

 

O SR. PRESIDENTE: Não.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Só um Vereador por Bancada. Então, infelizmente, não vou poder falar, Ver. Luiz Braz. Quero comunicar que quarta-feira tem reunião da CUTHAB, que foi marcada ontem com todas as partes envolvidas neste assunto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu a Questão de Ordem como legítima, uma vez que foi citado o Vereador e ele precisou deixar claro para todos que não tem condições legais para falar agora. Por isso a Mesa aceitou.

Com a palavra o Ver. Gerson Almeida para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras que estão acompanhando a Sessão. Quero dizer, em primeiro lugar, ao encaminhar favoravelmente o pedido de regime de urgência para o Projeto que autoriza mudar o regime urbanístico da área, que este é um debate que vem acontecendo há várias semanas nesta Casa. É um debate sério, um debate que é feito de forma qualificada e onde o interesse público sempre tem presidido todos os acordos, negociações e controvérsias. Aqui não tem havido - o que, aliás, é uma característica desta Casa - negociatas ou trocas que não estejam afirmadas pelo bem-estar e pela busca de melhores condições  de vida para a Cidade. E esta Casa é mais um exemplo disso neste caso. O Ver. João Dib solicitou uma Comissão Especial para tratar do assunto. Quero dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que queremos viabilizar de todas as maneiras para  que possamos debater essa questão. E se a melhor maneira for uma Comissão Especial nesta Casa, nós estaremos comprometidos com essa Comissão para debater amplamente esta situação. Agora, também queremos firmar uma posição que, acredito, não seja apenas da Bancada, mas não falo pelas demais. Seus Líderes farão. Nós também queremos que o acordo que produziu um investimento importante para a Cidade - a construção de um “shopping” entre 150 e 200 milhões - seja viabilizado. É dentro desse marco que nós vamos discutir e encaminhar todas as soluções. O regime de urgência nesse Projeto está exatamente orientado por isso. Por quê? Porque, não mudando o regime urbanístico da área, o acordo feito com o “Shopping” Cristal e a MULTIPLAN praticamente fica inócuo, não tem decorrências posteriores. É por isso que estamos discutindo agora. Vejam só, Senhoras e Senhores, para que não haja qualquer dúvida: a votação da urgência e a posterior votação do Projeto em nenhum momento autoriza qualquer construção de qualquer coisa lá dentro. Todos nós aqui, Vereadores e Vereadoras, sabemos disso. Portanto, a votação desse Projeto e, antes dele, o regime de urgência permite que o acordo feito e a iniciativa privada em questão vá depois desenvolver os seus projetos arquitetônicos e entrar com todos os trâmites normais de qualquer outra construção na Cidade de Porto Alegre. Essa é a nossa intenção, esse é claramente o nosso objetivo. Claramente, quero repetir, vou fazê-lo quantas vezes for necessário, o nosso compromisso de, junto ao Governo, envidar todos os esforços para que o segundo Projeto venha até a semana que vem  para este Plenário.  Faremos todos os esforços neste sentido para que, realmente, aí constituída a Comissão Especial se o Plenário achasse necessário, possamos discutir amiúde, exaustivamente, dentro das prerrogativas e limitações da Câmara de Vereadores, a melhor alternativa para, em assegurando o investimento importante para a Cidade, nós também, junto com isso, assegurarmos as melhores condições possíveis para essas inúmeras famílias de trabalhadores, de pessoas sérias que constroem também com o restante da população a Cidade de Porto Alegre. Esse é o nosso compromisso, essa é a nossa orientação, e é por isso - quero repetir - que nós estamos encaminhando também o regime de urgência dessa votação que tão-somente muda o regime urbanístico. Não é uma votação de segunda importância; é ela que afirma a nossa vontade política com a construção do “shopping”. Os debates que vamos fazer depois reafirmam os nossos compromissos no sentido de que haja a melhor solução, a mais negociada e a mais acordada solução para que todos ganhem: a Cidade de Porto Alegre e, particularmente, as pessoas mais direta e imediatamente atingidas. Que elas ganhem em qualidade de vida.

Esse é o nosso compromisso, que afirmamos neste momento. A Bancada do Partido dos Trabalhadores está completamente comprometida com as discussões que temos feito com o PDT, PTB, PMDB, PPB, com todos os partidos desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa sente-se no dever de  explicar aos senhores, senhoras e jovens que nos visitam que, pelo Regimento, não são permitidas manifestações de aplauso ou de vaias por parte da platéia. Pedimos que a platéia se mantenha em silêncio em função do cumprimento estrito do Regimento.

A Mesa está entendendo que o processo teve um reinício e que o discurso do Ver. João Dib, em função disso, ficou prejudicado. Por isso, está abrindo novo encaminhamento por solicitação do Vereador.

Está havendo uma proposta do Ver. João Dib de troca de ordem dos discursos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, esta Liderança concorda com a atitude de V. Exa., só que eu espero que esse seja um precedente seguido em outras decisões aqui nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Não é um precedente, Vereador. A nossa atitude é justificada neste caso, pois nós interrompemos a Sessão após o discurso do Ver. João Dib e retomamos a Sessão com outra proposta. E informei-me, procurei me valer das questões legais, porque não quero que seja precedente. Isso tem que ficar bem registrado, senão, cada vez que houver um processo aqui se suspende, se faz toda uma negociação e muda. Nesse caso houve o prejuízo do discurso. Mas, se o Ver. João Dib abrir mão do encaminhamento, facilita para que não haja essa dúvida.

Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para encaminhar.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, companheiros da Vila Campos do Cristal que nos visitam nesta manhã, em nome da Bancada do PDT, me solicitou o nosso Líder, Ver. Nereu D’Ávila, que falasse em nome do Partido.

Gostaríamos de manifestar a posição de que a urgência foi votada e neste momento estamos num processo de renovação de votação. Entendemos que devemos reiterar a posição já manifestada na votação inicial - na primeira votação -,  que envolve, simplesmente, a votação da urgência, o que não representa ainda a votação do próprio Projeto da mudança do regime urbanístico. Isso também não quer dizer que o PDT não venha a aprovar em Plenário a Comissão Especial requerida pelo Ver. João Dib. A questão trazida das condições de reassentamento da Vila Campos do Cristal, a informação que nos trazem os companheiros desse segmento é muito preocupante e exige uma reavaliação dessa situação e uma rediscussão antes das votações que vão tramitar aqui na Casa.

Agora, queremos deixar claro que a votação da urgência não representa a definição final da questão. Não. Continuamos como instância e fórum do debate de todas as questões. E também não representa, absolutamente, a inviabilização e prejuízos ao trabalho da Comissão Especial. Acho que elas têm objetos diferentes e podem ser encaminhadas concomitantemente. Seria bom que pudéssemos votar essas duas matérias aqui hoje. Não foi por questões de tramitação que isso não se viabilizou. Nós já estamos na instância da votação da renovação de votação. As próprias Bancadas que votaram a favor da urgência concordaram, inclusive,  que se fizesse uma renovação de votação. É o que estamos fazendo aqui, porque, se quiséssemos cortar tudo, poderíamos inviabilizar a própria renovação de votação, que não foi inviabilizada. Temos a presença da comunidade da Vila Campos do Cristal que, nesta discussão, está se sentindo prejudicada e penalizada. Quero que fique claro que “não somos contra o ‘Shopping”; queremos moradias e não cocheiras”. Nós achamos que a própria Comissão Especial pode responder, buscar uma negociação e, inclusive, não votar o Projeto antes que essas questões sejam dirimidas e solucionadas. Por essas razões, encaminhamos a  reiterarmos a posição já sustentada de manutenção do Requerimento de votação da urgência. Nós estamos votando, Ver. Elói Guimarães, a urgência e não propriamente o Projeto em si. Achamos que as questões incidentais que estão na Ordem do Dia devem ser resolvidas antes da votação do Projeto, porque de repente poderemos perder as instâncias das influências adequadas para a solução do problema. Era essa a posição que, em nome da Bancada do PDT, gostaríamos de transmitir da tribuna desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, a Mesa, antes de dar a palavra a V.Exa., quer deixar muito claro que não se trata de um precedente. O entendimento, e pede pela concordância dos Líderes, é de que houve uma mudança substancial no processo e essa mudança abre o espaço para que ele encaminhe, uma vez que foi prejudicado o seu encaminhamento. Isso é um entendimento muito claro. Eu não quero que alguém possa dizer que foi transgredido o Regimento e se abriu uma exceção. Não se abriu uma exceção. Está-se fazendo um novo tipo de votação porque o primeiro orador sugeriu uma mudança, que foi acordada, de suspensão da Sessão, para que ela pudesse retornar ao Plenário. Ao retornar, retorna substancialmente modificada a proposta inicial. O Ver. Luiz Braz fará um questionamento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu só pergunto a V.Exa. se os encaminhamentos se fazem em cima do Projeto ou das questões que estão em torno do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: O Projeto que está sendo encaminhado é o Requerimento de renovação de votação que estava sob solicitação de esclarecimento do Ver. João Dib por ter feito uma proposta para que se enviasse o processo à Comissão de Justiça e que tivesse todo outro encaminhamento. Esse tipo de questão foi tratada pelo  Plenário e ele, no encaminhamento, explica por que as coisas mudaram. Essa é a forma que nós temos. Se o Vereador disser que não, nós então vamos nos dobrar porque, de fato, as Lideranças têm que estar de acordo. O Ver. João Dib há de compreender que não podemos deixar nenhuma dúvida a respeito. Eu pergunto: as Lideranças presentes concordam que o Ver. João Dib faça um novo encaminhamento, tendo em vista que o processo teve uma mudança substancial no seu enfoque? Não há nenhuma objeção. Então, a palavra está com o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, eu gostaria de deixar bem claro que não está acontecendo um precedente. Eu gostaria que fossem lidos os apanhados taquigráficos para se ver que eu coloquei aqui, na verdade, uma Questão de Ordem, se podia ou não votar em regime de urgência, e as condições foram alteradas. Nós estamos votando outra coisa completamente diferente. Basta que leiam o apanhado taquigráfico de tudo aquilo que eu disse aqui e quando eu encerrei dizendo que eu tinha documento encaminhado à Comissão de Justiça, que não havia chegado à Comissão, para que se pudesse dizer se podíamos ou não votar. Agora outras são as condições. É por isso que eu sempre disse nesta tribuna que eu sou um político com formação técnica e que quando eu estive no Executivo eu sempre fui um técnico com sensibilidade política. Sou um homem inteligente, e ser inteligente e declarar isso não é falta de modéstia, porque inteligência Deus dá ou não dá. E Deus me deu, graças a Deus, e eu procuro usar essa inteligência na busca da realização do bem comum.

São dois momentos diferentes: eu disse na televisão para o Vice-Prefeito José Fortunati que eu não hesitaria em momento algum, se não estivesse vinculado a nada, em aprovar a alteração do regime urbanístico. Isso é uma coisa que, como Prefeito, eu fiz, que, como Secretário de Obras, eu fiz, que, como Diretor do DMAE, eu encaminhei. Então, não tem por que não aprovar. A alteração do regime urbanístico não faz coisa nenhuma.

Agora, já está visto e claro: eu disse que sou inteligente, que nós perderíamos a votação se  a maioria, constituída pela Bancada do PT com outros que já se pronunciaram favoravelmente, não aprovasse a Comissão Especial. Então, nós acertamos, em benefício de todos, que a Comissão Especial seria formada para o segundo Projeto, porque esse aqui interessa, porque no Plano Diretor não tem autorização para fazer terreno de 3,55 metros. O DEMHAB pode fazer, mas uma empresa privada não pode. Então, nós temos que discutir esse outro Projeto. Se não acontecer a aprovação da Comissão Especial do outro Projeto, dentro das condições do Plano Diretor, não vai acontecer nada, porque a troca de índice ou a nova informação disso resulta em nada.

Em 1976 eu fiz parte de uma Comissão que definiu o índice na área central, e até hoje não aconteceu nada na área central onde os índices foram definidos.

Não faz diferença se os Senhores estão aqui olhando para mim como eu olho para os Senhores, porque eu vou lá e digo a mesma coisa. Para mim só tem dois caminhos: o certo e o errado. Eu não conheço o terceiro e ninguém me fará trocar de posição sem que eu tenha realmente condições de entender por que estou trocando. Então, eu não troquei de posição. Acertamos que haverá a Comissão Especial para tratar do segundo Projeto, acertamos que a Bancada do PT fará todo o esforço possível para que traga esse Projeto na próxima semana. E vamos analisar na Comissão Especial, onde também ouviremos os Senhores, a MULTIPLAN também. Colocaremos frente a frente. Agora, nesse processo que é apenas a definição do regime urbanístico, diremos sim ou não, analisamos e tudo bem. E digo com toda a tranqüilidade que essa Comissão Especial poderia ser negada. E volto a dizer o que já dizia: Vereador, antes de fazer a lei, tem que fazer respeitar a lei. E a minha preocupação não era a urgência ou a minha Comissão: era a colocação, era a ordem. Como entrou em primeiro lugar a Comissão, tinha que ser analisado o sim ou o não, e poderia ter sido não. Agora está acertado que será sim. Tudo isso que me preocupa: as coisas serem feitas com seriedade, com clareza, e não me importando com quem esteja me olhando, porque as vilas desta Cidade sempre me viram caminhando por lá, com ou sem bengala, levando água, levando transporte, decidindo problemas de obras, decidindo problemas de saneamento. Não é uma coisa nova. Quero deixar bem clara a minha mudança de posição: é porque beneficia a todos os Senhores e encontra para a Cidade o momento certo para decidir se a praça vai ser transformada, se vai ser desafetada ou não. O que importa é o outro projeto de lei. Estou dizendo hoje o que não disse publicamente na televisão para o Vice-Prefeito desta Cidade. Portanto, é correta a colocação do Partido dos Trabalhadores quando fez a proposição, é correta a posição daqueles que me acompanharão, e não tenho nada contra aqueles que duvidam disso. Agora, tenho experiência bastante e passado bastante para assegurar que o que estou dizendo é verdade, para assegurar que o que estou fazendo leva à tranqüilidade. Passado é uma coisa que se adquire com o tempo, experiência também só se adquire pelo tempo, e confiança se adquire pelo que se fez. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é consenso nesta Casa a necessidade de um “shopping” para Porto Alegre. Também deve-se deixar bem claro que deve existir um consenso nesta Casa por melhores condições para o reassentamento dessas pessoas. Essa me parece a preocupação dos Vereadores: que se tenha condições para que se possa fazer o “shopping”, mas que se dê condições para que essas pessoas possam ser reassentadas de uma maneira melhor do que a está previamente prevista. O que não concordamos é com a ordem das coisas até que se chegasse a esse momento. O Ver. João Dib entrou nesta Casa, no dia 06 de maio, com a solicitação de uma Comissão Especial. A intenção do Ver. João Dib, naquele momento, era não inviabilizar a votação em regime de urgência da modificação do regime urbanístico da área. O objetivo do Ver. Dib era o de que, no dia 06 de maio, fosse criada uma Comissão Especial para que essa Comissão pudesse estudar mais, pudesse ter mais dados para aprofundar a questão do reassentamento. Esse era o objetivo primeiro no dia 06 de maio. Estamos no dia 23 de maio e não temos oficialmente a posição da Comissão de Justiça em relação à criação da Comissão Especial. Com  isso é que eu não concordo. Em cima do momento, com a presença dos moradores da Vila do Cristal, que se proponha esse acordo, que seja agora criada uma Comissão Especial, mas desde que seja aprovado o regime urbanístico em regime de urgência. As regras do jogo devem ser claras. Por que não se deixa de votar hoje o regime de urgência para só votá-lo quando tivermos certeza da chegada desse outro projeto? Ver. João Dib, V.Exa. disse-me o que é o outro projeto. O Ver. Antonio Hohlfeldt falou de maneira diferente. Eu não sei. A nossa preocupação são as condições que os moradores querem, as reivindicações que os moradores estão fazendo para que suas casas, para que seus lotes sejam diferentes. Porque essa área do Urubatã, em que só é previsto de quatrocentas e cinco a quatrocentos e vinte e oito casas, não vai comportar as setecentas famílias que têm que ser reassentadas. Essa é a questão que tem que ser discutida. A aprovação da alteração do regime urbanístico não vai interferir no aspecto dos moradores. Vamos dar condições técnicas para que a MULTIPLAN possa, num primeiro momento, aprovar seus projetos, possa iniciar este projeto da construção do “shopping”, só que me parece que não é lógico, não é justo e não é claro que nós façamos em etapas diferentes. Nós tivemos todo o tempo possível para que fizéssemos isso de uma maneira coincidente, para que nós fizéssemos isso de uma maneira paralela. Nada nos impedia que se criasse uma Comissão Especial para que tivesse basicamente a questão do reassentamento enfocada por esta Comissão Especial e que aprovássemos em regime de urgência a mudança do regime urbanístico. Por que não fizemos isso? Vamos aprovar antes, quando desde o dia 06 de maio é solicitada uma Comissão Especial e, por morosidades normais, ali, nesta Comissão Especial, não foi dado o regime de urgência que nós estamos dando para a alteração do Projeto. Por que não fizemos isso? Nada impediria que se aprovasse esta Comissão para a empresa iniciar o projeto do “shopping”. Nós estaríamos assumindo um compromisso com a comunidade. Estas regras..., eu não concordo, quando foi interrompida uma Sessão para, num acordo de Lideranças, nós mudarmos todo um questionamento que está sendo feito desde o dia 06 de maio. Desde o dia 06 de maio que  esta Casa está lutando pela criação de Comissão, ou uma parte da Casa estava lutando para a aprovação em regime de urgência. Em dez minutos nós mudamos todas as regras e montamos um grande acordo. O PMDB, certamente, não concorda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, prezados moradores, ontem nós tivemos uma reunião com a Executiva Municipal do Partido Socialista Brasileiro, onde o assunto foi essencialmente “Shopping” Cristal e seus moradores. Tivemos a oportunidade de colocar a nossa preocupação e nós já havíamos votado pelo regime de urgência. Mas, fazendo uma análise em nível de Partido - e algumas dúvidas que nós, como Parlamentares e ao mesmo tempo como Partido, levantamos, juntamente com os nossos questionamentos -, nos preocupou quando até a nossa bandeira socialista nos fez argüir o que é prioritário. Assegurar investimento ou compromisso social? Nós achamos que assegurar o investimento é importantíssimo, sim. Agora, o compromisso social com a população é bem maior. Não votando pelo regime de urgência, vamos perder esse investimento? Temos certeza de que não, porque o investimento, como tem sido dito, de 160 milhões é um investimento que não se perde assim. E quem está interessado também não tem interesse de perder. Não é um período de 30 ou 40 dias a mais que vai retardar essa obra.

Aqui só diz Vila Campos do Cristal, mas sabemos que são três: o Estaleiro Só e o Arroio Cavalhada. Essas duas áreas vão continuar como próprio municipal, ou talvez eu esteja errado no que estou dizendo agora.  Estão me dizendo que vão junto.

Outra questão é as setecentas famílias. Já havia em Urubatã quatrocentas, as outras trezentas iriam para Juca Batista. Como ficaria essa situação?

Qual a nossa proposta? Votaríamos hoje sem medo nenhum da questão da urgência. Por que não enviar a este Legislativo os dois Projetos para que possamos fazer comparações, confrontos, e dizer que o que queremos, sim, é o investimento, mas também o bem da população? Porque, acima de tudo, esta Cidade é nossa e queremos o bem comum. Portanto, o Partido Socialista Brasileiro não é a favor do regime de urgência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A linha de raciocínio desenvolvida pelo Ver. Carlos Garcia, por incrível que pareça, a posição tirada pelo PSB é muito próxima da do PFL. Aliás, não entendi até hoje por que não criamos a Comissão Especial que o Ver. João Dib solicitava, com o apoio de vários outros Vereadores, no dia 06 maio. Estamos no dia 23 de maio, quase trinta dias depois da solicitação, discutindo se vamos votar a urgência de uma matéria que, se tivesse sido examinada por essa Comissão Especial, e ela tem trinta dias de prazo para dar aparecer, estaria praticamente esgotado o prazo legal. Ora, se nós estivéssemos votando hoje o regime de urgência, nós, a semana que vem, após reunirmos as Comissões e votarmos o parecer, poderíamos votar o Projeto. Então, parece-me que não há como votarmos esta matéria antes de quarta-feira, dia 28 de maio. Do dia 06 de maio até o dia 28, teremos vinte e dois dias transcorridos - isso se nós tivéssemos enveredado por este lado. Mas não foi essa a concordância da Casa e estamos agora simplesmente a decidir, Ver. Clovis Ilgenfritz, se votamos a urgência ou não, se aprovamos a  urgência ou não.

Eu entendo que uma matéria como esta não se esgota na discussão de votação de regime de urgência, mas tem muito mais para ser examinado. Deveria ter merecido um encaminhamento especial pela Casa. Deveria ter merecido até que se ajustasse um acordo para sabermos da necessidade ou não de Comissão Especial e houvesse, também, urgência para a matéria.

A Comissão Especial deveria conhecer o todo que envolve esse processo em torno do Jockey Club do Rio Grande do Sul, em torno da construção do “shopping”, em torno da permanência ou não dos moradores daquela área, do local para onde deverão ir e das condições de transferência.

Isso aqui não é pouca coisa, é muita coisa. Os 160 milhões que serão investidos dizem respeito a gastos que serão feitos, ou já foram, para  a aquisição de áreas que não foram submetidas à discussão se seriam ou não adequadas para receber moradores, áreas que se discute se são suficientes ou não para receber o número de pessoas que serão transferidas. Enfim, uma série de situações que mereceriam, por toda a sua complexidade, por toda a sua importância, ser objetivamente analisadas e discutidas de forma técnica, sem a empolgação do discurso do Plenário, mas com a cautela e a profundidade que um assunto desta natureza mereceria para ser resolvido. Mas não foi o caminho seguido. Imaginamos que virão para a Casa alguns projetos; imaginamos, não temos segurança de que isso acontecerá. Entendemos que até por disposições da Lei Orgânica do nosso Município alguns procedimentos legais terão que ocorrer. Aliás, o termo de compromisso assinado pelo Executivo, sem ouvir ninguém deste Legislativo, antecipa uma série de situações que, necessariamente, terão que ser por nós decididas e analisadas. Eu sou um homem que nunca ficou na indefinição. Estou vindo à tribuna para dizer que o nosso voto em relação a essa matéria de hoje, apenas por cautela, apenas porque entendemos que a pressa é inimiga da perfeição, apenas porque entendemos que não é a estratégia adequada, será contra a urgência. Evidentemente, o faremos dentro de toda essa exposição de motivos que trouxemos à tribuna e que podemos ter apresentado de certa forma desarticulada, mas que é a expressão de uma análise que fizemos sem emoção, com muita racionalidade e, sobretudo, com muita responsabilidade por todos aqueles que se encontram envolvidos nesse processo. E não são poucos: são milhões de cruzeiros, mas milhares de pessoas. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

                                                                                                  

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu tenho procurado, sempre que possível, nesta Casa, buscar o consenso, as mediações, porque acho que é assim que o Plenário tem que funcionar. Mas quero lembrar algumas situações que têm sido vividas  em relação a esse  Projeto.

 Em agosto e setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral, o então Ver. Luiz Negrinho denunciava desta tribuna que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre se preparava para retirar os moradores da Vila Cristal. Vinha a Liderança do Partido dos Trabalhadores aqui, logo depois, negar essa situação. No entanto, sabemos hoje que já havia negociações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre com a empresa empreendedora desse “shopping”. Em segundo lugar, no dia 13 de janeiro de 1997, o meu amigo particular Ver. Losada distribuía uma nota à imprensa - “Vereador Losada solidário com reivindicações dos moradores da Vila Campos do Cristal” - e transcrevia as reivindicações dos moradores, que estão aqui. O Vereador sabe. Entre outras coisas: lotes de 159m², unidade habitacional de no mínimo 50m², base de dois pisos, mínimo de um metro nas laterais. Enfim, toda uma série de reivindicações que os moradores haviam apresentado. 

Quando li esse documento, eu pensei: “Se a Prefeitura conseguir negociar isso, eu vou ligeiro morar na Vila do Cristal, porque essa proposta é um belo projeto.” No entanto, não é isso que está escrito no acordo fechado entre a Prefeitura e a empresa. O acordo diz: 3,55m x 18m, frente e fundos, com área total de 63,90m² cada terreno, ao invés dos 150 - menos do que a metade do pedido -, e as casas com essas dimensões que estão referidas aí, no documento que os moradores nos apresentam, que são casas de 3,55 x 6. Se eu não estiver ruim em matemática, deve dar em torno de 22m² - menos do que a metade que eles pediam, que era de 50m². Mais do que isso, Sr. Presidente, eu recebi, e havia trazido ao Plenário da Casa, os documentos da empresa sobre o que seriam as construções. Não sei se os moradores do Cristal receberam esse documento. Ele é lindo! Abro a outra planta, que detalha toda a construção, e, pelo desenho, ela é linda. Todos vocês têm camas, banheiros, hidrantes - enfim, uma série de coisas magníficas que estão aqui desenhadas. Só que o desenho de arquitetura engana, porque na escala em que está, de 1 x 20, parece enorme, mas acaba sendo pequenininho.

 Mas o motivo principal que me faz resistir a essa proposta, e quero aqui render homenagem ao Ver. João Dib, que está sempre de boa-fé, sempre de bom coração, sempre preocupado em tentar conduzir as coisas a um resultado feliz, mas o que me faz resistir à aprovação dessa urgência são esses jornais do Jockey Club. Quando encontro manchetes que dizem que o Presidente do Jockey Club tem uma ficha policial com mais de dezoito processos por desvio de dinheiro, quando recebo um novo “Jornal do Turfe”, cuja manchete dessa semana é “Começa a cair o império do ditador”, quando a auditoria externa independente é aprovada e se acusa o Presidente do Jockey de ter desviado quatro milhões de reais antecipados pela MULTIPLAN para a instituição Jockey, fico perguntando qual a garantia que temos de votar essas modificações, levando-se em conta o que o Ver. João Dib diz, corretamente, de que não estamos aprovando o projeto final, estamos aprovando uma modificação ao Plano Diretor. Mas qual a garantia que temos nesta Casa para dar cobertura ao Projeto se daqui a um mês essa auditoria do Jockey disser e confirmar que esse cidadão é um ladrão e que por isso irá perder a Presidência do Jockey, e a Diretoria do Jockey simplesmente anula todos os acordos com a Prefeitura e esta Casa fica com cara de palhaça?

É por isso, então, Sr. Presidente, que, ouvida a Bancada - discuti com os meus dois companheiros, Ver. Cláudio Sebenelo e Vera. Anamaria Negroni -, decidimos, com todo o respeito às Lideranças do PT e do PPB, manter a posição original contrária à aprovação da urgência. Como os votos somados garantirão a aprovação do regime de urgência, espero que depois possamos aprofundar as divergências de mérito que temos em relação ao Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                                            

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até nem pretendia fazer uso da palavra, mas a discussão tomou um rumo esta manhã que me obriga a vir aqui dizer que parece “estarmos fazendo tempestade em um copo d'água”. Gostaria de tranqüilizar a população do Campo do Cristal, dizendo que esse processo que está correndo hoje na Casa nada tem a ver, por enquanto, com a situação dos moradores, que será discutida até o último limite. O que estamos encaminhando - e já foi dito isso aqui - é a mudança do regime urbanístico, que é condição primeira para que se possa depois discutir o restante. Ontem, na CUTHAB - Comissão que é presidida pelo Ver. José Valdir e da qual fazem parte este Vereador e os Vereadores Antônio Losada, Paulo Brum e Anamaria Negroni -, nós ouvimos uma comissão de moradores do Campo do Cristal e combinamos com eles de fazermos, quarta-feira pela manhã, uma ampla discussão sobre o projeto que eles estão pondo em dúvida - sobre o tamanho dos terrenos, sobre as casas, sobre as condições de mudança. Isso é uma outra história. A CUTHAB não vai abrir mão da sua condição de Comissão Permanente da Casa, destinada pela Lei Orgânica a examinar questões de urbanização como essa.

A Comissão Especial vai ser constituída. A CUTHAB acredita que precisa uma amplidão maior da Casa para discutir aspectos muito específicos, mas a CUTHAB também não vai abrir mão da sua especificidade. Ela tem condições de, independentemente da Comissão Especial, também examinar. Eu acho que quanto mais gente intervier no debate dessas questões melhor. Os moradores vão ter fóruns especiais e múltiplos para exporem suas opiniões e fazerem suas reivindicações. É isso que precisa ser entendido. E um recado pessoal: não vão atrás de confusão política. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento que pede regime de urgência para o PLCE nº 02/97.  (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 18 votos SIM, 11 votos NÃO  e 01 ABSTENÇÃO.          

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: Requerimento, de autoria do Ver. Cyro Martini, solicitando a realização de uma Sessão Especial, a ser realizada em 25 de setembro de 1997, destinada a assinalar a Semana Nacional de Trânsito.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Cumpro nesta oportunidade o meu dever - assim o entendo - com relação às questões pertinentes ao trânsito e ao tráfego, mais exatamente de Porto Alegre, mas não exclusivamente de Porto Alegre.

A Semana Nacional de Trânsito foi instituída pelo Conselho Nacional de Trânsito em 1969, através da Resolução nº 420. Então, ela foi instituída há quase trinta anos! Essa Semana tem como característica, em primeiro lugar, o propósito de se juntar, de se alinhar às medidas concernentes à educação para o trânsito, do ponto de vista da conscientização de um modo geral, tanto do motorista quanto do pedestre, e também  alertar para a realidade infortunística do trânsito. Essa é uma questão de extrema relevância e de extrema importância. Por isso, nós temos que - quando houver oportunidade - trazer esse assunto para esta Casa, para o debate, para a discussão, para a lembrança, para recordarmo-nos de que nós também temos que participar de modo ativo desse complexo administrativo de trânsito.

 A Semana não vai salvar o trânsito, assim como nenhuma campanha esporádica, sazonal, ocasional, salva o trânsito. Mas, juntando-se a uma série de outras providências, pode vir, de alguma maneira, a colaborar como fator que possa oportunizar alguma melhoria no sentido de conscientizar as pessoas, de um modo geral, sobre esses problemas todos que nós encontramos no trânsito. Então, por isso vamos, assim, colocando essas questões pertinentes ao trânsito. Eu tive a ocasião, em muitas oportunidades anteriores nesta Casa, de requerer a respeito da promoção da Semana Nacional do Trânsito, procurando desenvolvê-la no Dia do Trânsito, que é 25 de setembro. Por mais que nós vejamos ações, tanto da iniciativa privada quanto da iniciativa governamental, nas três esferas, não creio que tenhamos ainda alcançado as providências com relação à melhoria do trânsito, o nível exigido pela infortunística viária caracterizada no País todo por um morticínio, por uma mortandade inexplicável. Há muitas questões que recebem no Município, no Estado, na esfera federal, uma atenção toda especial, toda cuidadosa e cautelosa, mas o trânsito... para ele não há ouvidos, às vezes até dos Vereadores. Não conseguem ouvir o clamor das famílias que tiveram membros assassinados, em muitas ocasiões, tanto na condição de pedestres que foram atropelados, como na de motoristas e passageiros que foram trucidados, muitas vezes, em ocorrências viárias. Por isso, considero que os ouvidos dos Vereadores também devem estar atentos para questões dessa ordem.

Quando nós lidamos com problemas da população, como esse dos Campos do Cristal, nós devemos dar toda a atenção, todo o carinho, pois se trata de pessoas, de seres humanos, e elas devem ter todo o nosso cuidado. Nós não podemos gerar condições que possam prejudicá-las. Mas eu tenho certeza de que os Vereadores terão ouvidos para ouvir o clamor dos cemitérios onde muitos foram sepultados, como crianças e jovens. Eu tenho certeza, Sr. Presidente, que os Vereadores terão ouvidos para o morticínio do trânsito, que é muito maior do que outras questões que mereceram aqui longas e longas discussões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acabo de assinar, juntamente com outros Vereadores, o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro cujo objetivo é que esta Casa homenageie, no dia 12 de julho, em princípio, dependendo obviamente de ajustes com a Diretoria do glorioso Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense, os vitoriosos do Maracanã.

Estou encaminhando favoravelmente o Requerimento do Ver. Martini. Hoje eu estou com o coração em festa, mas isso não me exime da responsabilidade de saber que esse assunto - trânsito -, suas conseqüências, sua importância e seu significado são muito fortes. Por isso, eu não quis deixar de vir à tribuna, mesmo na euforia tricolor, para dizer que estou solidário com a proposta do companheiro Cyro Martini. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Cyro Martini. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando Moção de Solidariedade ao Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense, seus dirigentes, técnicos e atletas, pela sua vitoriosa campanha na Copa Brasil. Assinam também os dois Vereadores da Mesa.

Em votação. Encaminha, como autor, o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Evidentemente que a euforia de que os tricolores estão tomados hoje deve ser partilhada pelo Rio Grande do Sul inteiro. Dirijo-me, especialmente, ao Ver. Luiz Fernando Záchia, que sabe perfeitamente bem que ontem, no Rio de Janeiro, os cariocas entendiam que estavam fazendo uma festa em cima dos gaúchos, em cima de um “futebol tosco”, como é referido pela imprensa do centro do País, que teima em não reconhecer que a disciplina tática, que o espírito de luta que caracteriza as equipes do Rio Grande do Sul é que tem feito, ao longo do tempo, com que os clubes gaúchos sejam os mais laureados deste País. Quiseram os fatos que mais recentemente as coisas conspirem a favor da nossa agremiação.

Espero que os nossos amigos que são simpatizantes do Sport Club Internacional, muitos dos quais seus conselheiros, seus dirigentes, não entendam, nessa nossa manifestação, nenhuma forma de provocação,  se não a de colocar para fora, com maior entusiasmo, maior carinho, maior desassombro possível, a euforia que naturalmente nos vai na alma neste momento, porque as condições pelas quais estas vitórias têm sido conquistadas têm sido marcadas por uma dramaticidade que extrapola o entendimento puro e simples de uma partida futebolística.

Diz o Ver. Cláudio Sebenelo, num gesto não traduzível, que junto a esta dramaticidade tem a amplidão de sorte a caracterizar este momento. Grande sorte! Deus, em sua sabedoria infinita, vendo a tentativa que por vários meios fizeram de evitar que esta caminhada se tornasse amplamente vitoriosa, como foi no dia de ontem, deve ter olhado lá de cima e dito “vamos cuidar do grande tricolor da Azenha, do grande tricolor dos pampas, porque esse vai fazer no dia de hoje”, referindo-se à jornada de ontem, “a alegria não só dos gremistas, mas de todos os gaúchos”, que devem, naturalmente, partilhar conosco dessa vitória do futebol disciplina, do futebol concentração, do futebol empenho, do futebol dedicação, do futebol garra, do futebol do Rio Grande. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol certamente falou por todos nós.

Em votação o Requerimento. O Ver. Fernando Záchia solicita votação nominal. (Após a chamada.) Por 21 votos SIM, está APROVADO o Requerimento pela unanimidade dos Vereadores presentes.

A Mesa quer esclarecer, para que conste nos Anais, que os Vereadores Fernando Záchia e Cláudio Sebenelo se inscreveram, mas não puderam falar porque o Requerimento já estava em regime de votação, mas deixa claro que os dois estavam dispostos encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro a V.Exa. que determine a  averiguação pelos órgãos técnicos desta Casa do pronunciamento feito pelo Ver. Luiz Braz na Sessão do dia 21 próximo passado, para verificar se faltou o decoro e a ética parlamentar, enquadrado no art. 5º, inc. I, letras “a” e “b”, da Resolução 1319/96, que instituiu o Código de Ética Parlamentar, conforme notas taquigráficas em anexo.

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. encaminhe o Requerimento por escrito à Mesa. Será deferido.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita a realização de Sessão Solene em homenagem ao Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense pela conquista do Título de Campeão da Copa do Brasil de 1997.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minha fala, neste momento, também simboliza a posição do Ver. Reginaldo Pujol.

Quero dizer que faço essa proposição com a maior tranqüilidade e responsabilidade, pois nós somos Vereadores da Cidade de melhor qualidade de vida  do País, e que é, também, a Capital do futebol neste País. Já tivemos ocasiões neste Plenário em que vários Vereadores, conselheiros e outros que são apenas simpatizantes do Grêmio requereram homenagens a uma série de glórias de nossos campeões. Eles, onde encontramos formas de lazer, formas de manifestações culturais, são grandes e são de todos.

Quero dizer, como gremista que sou, que devo lembrar e estender essa homenagem às pessoas que fazem o Grêmio ser grande. Entre essas estão Fábio Koff, nosso atual Presidente Cacalo, uma pessoa que muito tem lutado para as glórias do Grêmio; lembramos também de pessoas como os funcionários, os trabalhadores do Grêmio, toda a sua equipe técnica. Salientamos, porém, o atual Presidente Cacalo, Luiz Carlos Silveira Martins, o grande vencedor que, superando todas as dificuldades, superando todos os escândalos que inundaram o futebol brasileiro, superando tudo isso feito com o Grêmio, deu uma demonstração, principalmente para nós políticos, para toda a sociedade desta Cidade, deste Estado, deste País, de que, por mais adversas que sejam as condições, é possível superá-las.

Quero dizer que por várias vezes o Grêmio já foi campeão, e o foi com o Presidente do Clube dos Treze, o nosso querido Fábio Koff, e fazer uma homenagem a um torcedor-símbolo que hoje é o Presidente do Grêmio, o Cacalo. A garra que o Grêmio demonstrou superando todas as dificuldades de arbitragem, superando os escândalos que ocorreram e enlamearam o futebol brasileiro, superando tudo isso, é uma demonstração para nós políticos, para toda a sociedade desta Cidade, deste País. E por mais que sejam adversas as condições, é possível, com unidade, com superação, superá-las.  Quero dizer que a vitória do Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense, campeão da Copa Brasil de 1997, pela terceira vez, ficando em definitivo com esse troféu, engrandece esta Cidade da qual sou um dos representantes. E o País inteiro hoje reverencia não só a qualidade, mas também a organização dessa instituição com o seu espírito de luta. Na imprensa repercutiu, de forma contundente, o espírito guerreiro, a vontade de vencer, de nunca se deixar levar pela derrota. O Grêmio ontem, em trinta minutos de jogo do segundo tempo, dependia de um gol. A torcida era entrevistada e todos tinham confiança de que o time faria o gol que o levaria a essa glória. Nesse sentido, com toda a responsabilidade, propomos que o Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense, que tem sede nesta Cidade e foi fundado em 1903, que é uma glória não só desta Cidade, mas deste Estado e de todo o País, e possivelmente venha a ganhar mais outros títulos, como a Taça Libertadores da América, seja homenageado na sua Cidade pelos seus representantes. Muito obrigado.

                             

(Revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

          

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Encaminhamos, obviamente, favorável ao Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro. Dizemos que o Grêmio orgulha a todos os gaúchos e queremos registrar um especial reconhecimento ao trabalho feito pela direção do Grêmio na pessoa do amigo Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, de quem temos a honra de privar da amizade. Gostaríamos que essa homenagem fosse extensiva a todos os membros da diretoria, a todos os funcionários do Grêmio, a todos os atletas e a todas as pessoas que de uma forma ou de outra, ao longo da história do tricolor gaúcho, colaboraram na sua formação, na sua grandeza e na sua glória.

O PDT encaminha favoravelmente ao Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na outra Moção de Solidariedade eu não votei. Mas uma Sessão Solene, como bem disse o Ver. Juarez Pinheiro, é um feito importante. Com título nacional conquistado por uma equipe de Porto Alegre, compete aos Vereadores fazer uma Sessão Solene. Apesar de discordar um pouco do Ver. Reginaldo Pujol, eu entendo que 55% ou 60% deste Estado estejam, talvez, um pouco tristes. Eu não digo tristes - estão frustrados, porque o seu time não ganhou e o outro ganhou. (Aparte anti-regimental do Ver. José Valdir.) Mas V.Exa. não está nos 60%, V.Exa. deve estar naquela faixa dos indecisos ainda. É o que me parece. V.Exa. reclama tanto! Nós crescemos na derrota.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não votei na Moção de Solidariedade porque eu entendo que Moção de Solidariedade é dada aos fracos. Nós somos solidários aos fracos, e eu tenho a  certeza de que o Grêmio é forte, o Grêmio é grande. Eu acho que teria que ter uma moção de apoio, uma moção de vitória. Então, o Grêmio estaria enquadrado. Quando eu vi Moção de Solidariedade, eu acho que não era bem ajustado e, por isso, me retirei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, solicitando uma Sessão Solene para homenagear o Grêmio Foot Ball Porto-Alegrense.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, solicito votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 18 votos SIM.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que requer que o Grande Expediente da Sessão Ordinária no dia 10 de setembro de 1997 seja destinado a homenagear o 25° aniversário do Movimento EMAUS.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permanecem sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento de autoria do Ver. Antônio Losada. Requer Moção de Solidariedade às famílias das vítimas dos atos de violência praticados durante a ação de reintegração de posse da Fazenda da Juta, Distrito de Sacopemba/SP.

Em votação. O Ver. Antônio Losada está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a nossa Moção tem o sentido de protestar pelos acontecimentos envolvendo a violência policial ocorrida nos últimos meses. Há uma grande mobilização popular neste País. Os trabalhadores, os funcionários públicos e a sociedade de um modo geral começam a se mobilizar no sentido de mudanças estruturais e nas relações entre capital e trabalho, entre o Estado e seus funcionários. Está começando uma mobilização de cunho social. Há repressão aos trabalhadores, há desrespeito aos direitos humanos, há violência policial, o que nos lembra violências ocorridas nos períodos mais negros da ditadura de 1964.

Queremos  referenciar os nomes de Crispim José da Silva, Jurandir da Silva, Jeraci Reis de Moraes, vítimas de arbitrariedade, da violência por ocasião da ocupação da Fazenda Juta, em São Paulo. Esses senhores deixaram filhos, esposas. Estavam reivindicando o direito de moradia, um direito que o Estado devia de lhes garantir, um direito mínimo de moradia. Essa violência lhes tirou a vida. Queremos demonstrar o nosso descontentamento com esses métodos utilizados pela Polícia Militar de São Paulo. Esses mortos envergonham a nossa condição de cidadão. Não é possível que, na medida em que os trabalhadores se rebelam contra uma situação provocada por um projeto neoliberal, aguçada por esse projeto no momento em que esses trabalhadores se mobilizam, apesar de desempregados, apesar de estarem sofrendo as conseqüências de uma política discriminatória, o Estado, que muitos exigem um Estado mínimo... Mas para isso o Estado não é mínimo, para mobilizar policiais acompanhados de cães adestrados, cavalos, munição de primeira linha para enfrentar ocupantes indefesos. Queremos pedir o apoio de todas as Bancadas para essa Moção de Solidariedade aos familiares vítimas da repressão em São Paulo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. JOÃO DIB: Solicitaria que fosse lido o texto da Moção de Solidariedade.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Lê.)

“Senhor Presidente:

O Vereador que este subscreve requer a V.Exa. que após os trâmites legais seja encaminhada a presente Moção de Solidariedade às famílias das vítimas dos atos de violência praticados em ação de reintegração de posse no conjunto habitacional da Fazenda da Juta, Distrito de Sapopemba, São Paulo. Sendo as vítimas as seguintes: Crispim José da Silva, Jurandir da Silva e Jeraci Reis de Moraes.”

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro tempo especial previsto no artigo 94, § 1°, alínea “f”, do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, a Presidência dos trabalhos dará uma resposta a V.Exa. após a solicitação de Liderança, que tem prioridade sobre qualquer tempo.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, gostaria de saber qual o artigo do Regimento que diz que o tempo de Liderança tem prioridade sobre o meu Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, vou ler o art. 229 e seu parágrafo. (Lê.)

“Art. 229. O Líder, a qualquer momento da Sessão, exceto na Ordem do Dia, poderá usar da palavra, por cinco minutos, sem aparte, para comunicação urgente e de excepcional importância, submetendo o assunto preliminarmente à consideração do Presidente dos trabalhos.

“Parágrafo único. A comunicação a que se refere este artigo é prerrogativa da qual cada Líder só poderá valer-se uma vez por sessão, sendo-lhe, não obstante, permitido delegar, em cada caso, expressamente a um dos seus liderados a incumbência de fazê-lo.”

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, com todo o respeito à Presidência, nessa leitura que V.Exa. fez, não está, pelo menos explícito, que o pedido de Liderança tem precedência sobre o Requerimento que fiz à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, registro o protesto de V.Exa.

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Liderança pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu queria trazer a esta tribuna, rapidamente, um assunto que esta Casa já discutiu exaustivamente nos últimos quatro anos, que foi a necessidade de Porto Alegre ter um órgão de defesa dos consumidores da Cidade. Isso esteve previsto nos orçamentos de todos os anos legislativos da legislatura anterior. Foi alvo de encontros, debates na Comissão do Consumidor desta Casa e que gerou um projeto de lei, discutido, inclusive, com o Executivo Municipal. Surgiu, de todo esse movimento, dessa articulação, um projeto de lei de minha autoria - construído conjuntamente com a Secretaria de Indústria e Comércio - e que foi aprovado por este Legislativo e encaminhado ao Executivo e, surpreendendo esta Casa, recebeu Veto do Sr. Prefeito.

O Projeto voltou à discussão da Casa e derrubamos o Veto do Executivo. O Projeto volta ao Executivo e o Executivo recorreu à Justiça para que Porto Alegre não tivesse um órgão de defesa do consumidor que favorecia os consumidores de Porto Alegre e criava, inclusive, condições de que o dinheiro arrecadado com as multas fosse aplicado no Município de Porto Alegre. A única conclusão possível política para esta questão era, na verdade, que estavam sendo colocados os interesses partidários acima dos interesses dos cidadãos de Porto Alegre. Submetemo-nos à decisão da Justiça e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre nunca implantou um órgão de defesa do consumidor, colocando que não era essa a política do Município. Colocou-se  contra a posição da Câmara Municipal de Porto Alegre. Para minha surpresa, abro o jornal “Correio do Povo” de hoje e vejo um pronunciamento do Vice-Prefeito Fortunati dizendo que a Prefeitura de Porto Alegre tinha interesse em criar um órgão de defesa do consumidor e para isso ia criar uma Comissão Interna dentro do Executivo para elaborar o referido Conselho. Inclusive, no seu pronunciamento, coloca que o Conselho seja um fundo capaz de arrecadar recursos, exatamente igual à proposta que o Legislativo aprovou - que foi  rejeitada -, que foi recorrida à Justiça para o seu encaminhamento. Acho que é uma posição completamente autoritária, uma posição que desrespeita a decisão desta Casa, que se apropria de uma decisão. Não é, portanto, um procedimento legítimo. É um procedimento que não mostra o comportamento ético - para minha surpresa -, porque essa não era a avaliação que eu tinha do comportamento do Vice-Prefeito de Porto Alegre. Eu acho que a Prefeitura tem que explicar a esta Casa o porquê  deste tipo de procedimento. Hoje, inclusive, a questão do trânsito foi pauta de discussão desta Casa. É uma questão importantíssima a ser discutida. No Brasil, 50 mil jovens são feridos  por ano, 300 mil morrem em prejuízos da política de trânsito, dos acidentes de trânsito, e Porto Alegre está dentro deste contexto. Os problemas de congestionamento tem-se avolumado, a deficiência do planejamento de uma infra-estrutura agrava essa situação, sem contar com as singelas ações de Engenharia de Trânsito, que não têm acompanhado o crescimento do número de veículos na Capital. Chegamos hoje a uma situação aproximada do caos, que precisa ser efetivamente modificada. Porto Alegre tem que refazer a discussão sobre essa questão. Inclusive quero trazer uma discussão que esta Casa tem que se posicionar sobre ela, que é em relação à eficiência e eficácia, ou não, dos sinais - os amarelos piscantes na madrugada. Temos acompanhado pela imprensa os acidentes que acontecem praticamente todas as noites, inclusive com vítimas fatais nessas regiões da Cidade. Os acidentes são causados, portanto, por uma inadequação dessas sinalizações nas obras viárias, inclusive, como registramos recentemente, o equipamento que foi colocado na Av. Diário de Notícias.

Para concluir, Sr. Presidente, há essa dúvida, portanto: se o amarelo piscante tem sido um dos motivos do crescimento de vítimas na madrugada nas principais vias da Cidade de Porto Alegre. E essa Casa deve tomar uma posição, discutindo essa questão através das Comissões Técnicas da Casa ou através de uma Comissão Especial, inclusive indicando, se for o caso, modificações no sistema atual de utilização do amarelo piscante. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Para um esclarecimento, tem a palavra o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Na Sessão passada, Sr. Presidente, fiz um pedido de esclarecimento à Mesa sobre a correta interpretação do art. 94, em três itens. V.Exa., que presidia os trabalhos na ocasião, solicitou que eu fizesse por escrito. Fiz isso e até o presente momento não obtive da Mesa a gentileza de uma resposta à minha questão. Considero que a decisão que V.Exa. tomou poderia ter sido essa se V.Exa tivesse dado a resposta. Acho que V.Exa. faz uma interpretação que não está no Regimento e, para fazer o esclarecimento que gostaria de fazer, terei que esperar todas as Lideranças falarem e, talvez, não haja mais quórum. Por essa razão, toda vez que V.Exa. estiver presidindo os trabalhos, não farei mais essa solicitação do art. 94 porque noto que há um tratamento diferenciado e discriminatório em relação a outros Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu recolho a manifestação do Ver. José Valdir. A Diretoria Legislativa informa que o Requerimento está na Procuradoria da Casa. E eu informo à Casa que, ocasionalmente presidindo as Sessões, em nenhum momento discriminei qualquer Vereador. Uma coincidência feliz é que jamais tivemos que deferir ou indeferir qualquer solicitação de tempo com base no art. 94, já que é de talante da Presidência conceder ou não. Eu solicito aos Srs. Vereadores que, para evitar o impasse na ordem dos trabalhos enquanto este Vereador, 2º Vice-Presidente da Casa, estiver na Presidência, não requeiram esse tempo, que eu haverei de indeferir dentro das minhas prerrogativas até que haja uma definição clara de quais as condições que esse período de excepcionalidade pode ser exercido.

Ver. José Valdir, eu ouvi pacienciosamente V.Exa. É um direito que V.Exa. tinha de fazer um protesto. Os Anais vão registrar o protesto, mas peço que V.Exa. agora nos ajude a levar esta Sessão a bom termo.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para Comunicação de Liderança.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na última Sessão eu fiquei perplexo, porque naquele dia eu fui o único dos 33 Vereadores que argüiu o que o nobre Ver. Luiz Braz falou em relação a negociatas na Casa. Eu volto a insistir porque me sinto mal quando saio na rua, até porque era um sonho eu chegar a esta Casa. Eu sempre achei que Parlamento era algo sério e, por ser algo sério, eu vou insistir que o que o Ver. Luiz Braz falou é uma realidade e, no momento em que ele diz que é uma realidade, eu queria apurar. Quando ele diz que existe negociata aqui, me preocupa, porque no dia-a-dia a gente passa pelas pessoas e elas podem dizer: “então tem negociata; o que é que estão ganhando? estão levando vantagens?”. Isso me incomoda e eu vou continuar falando. Eu gostaria que o Ver. Luiz Braz assumisse esta tribuna e dissesse que não foi bem aquilo que ele queria dizer, ou que não é aquilo, ou que foi uma brincadeira, até porque isto está tomando outras proporções.

Hoje, no “Correio do Povo”, um suplente de Vereador e ex-Vereador da Casa, diz o seguinte: “Ex-Vereador revela que foi obrigado a negociar voto. O ex- Vereador de Porto Alegre do PTB, Edi Morelli, concordou com as denúncias feitas pelo atual Líder do Partido na Câmara Municipal, Luiz Braz, que desde 1989 ocorrem negociatas entre o Executivo e Vereadores de oposição. ‘Muitas vezes tive que negociar meu voto para fazer alguma coisa pela população’ - afirmou Morelli - , desafiando os ex-Prefeitos Olívio Dutra e Tarso Genro a desmenti-lo”.

É a minha primeira legislatura. Fiquei preocupado com isto, e eu insisto, Ver. Luiz Braz: ocupe esta tribuna e tente dizer, realmente, com clareza, aquilo que foi feito. Se é negociata ou se existiu negociata, então vamos saber quem, quais e como foram as pessoas envolvidas aqui dentro. Porque, particularmente, fiquei constrangido. Não aceito e não vou aceitar isso.

Para finalizar, vou falar sobre um projeto que dispõe sobre os estacionamentos ao longo da Av. Ipiranga sobre o Arroio Dilúvio. É um assunto que, temos certeza, será polêmico, mas na realidade estaremos tentando regularizar algo que já existe há muito tempo em nossa Cidade, ou seja, em toda extensão do Arroio Dilúvio, na Av. Ipiranga, principalmente no sentido centro/bairro, já existe estacionamento e, inclusive, em alguns lugares já foi rebaixado o meio-fio.

Então, o que estamos oportunizando é que a população de Porto Alegre faça uma discussão juntamente com a Secretaria Municipal dos Transportes para que daqui para a frente possamos equalizar melhor essa situação, viabilizando que realmente saia estacionamento ou que, de uma vez por todas, acabe com aquele local como estacionamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma das únicas coisas que não sou é aético. Sempre utilizei a ética em todas as minhas ações, até porque penso muito em minha família e sempre que saio da minha casa uma das coisas que prometo a mim mesmo é que as minhas ações não podem jamais comprometer as pessoas que mais amo, que são aquelas que deixo em minha casa. Então, posso dizer para todos os Vereadores que não brinquei, que não quis, na verdade, manchar a honra de nenhum dos Vereadores desta Casa. Eu tinha que falar sobre coisas que aconteceram e foram comprovadas por um ex-Vereador desta  Casa, Ver. Edi Morelli, que não apenas disse hoje nos jornais - está no jornal “Correio do Povo” - como no seu programa de rádio na Farroupilha. Digo a V.Exa. que não estou, com essas minhas afirmações, manchando a honra dos Vereadores, porque o próprio Ver. Edi Morelli, quando disse isso para os jornais e afirmou na emissora de rádio, ele disse que só o fez para que pudesse levar para a sua comunidade, levar para aqueles que ele representava algo que fosse realmente substancioso, que pudesse beneficiar a sua comunidade. Ele não quis se locupletar com a negociata, entre aspas, mas ele quis levar benefícios para a sua comunidade. Isso está dito pelo Vereador, não sou mais eu quem está dizendo.

O Ver. Jocelin Azambuja, que está neste Plenário, era Líder da nossa Bancada no início do ano passado. Se alguém duvida daquilo que aconteceu, perguntem para o Ver. Azambuja, que uma vez foi encarregado de se aproximar do Governo Municipal para ver o que era possível fazer em prol daquelas comunidades que representávamos. Pedimos realmente para que houvesse algum tipo de aceite às nossas reivindicações sem que fosse necessário passar pelo Orçamento Participativo, assim como todos nós somos submetidos nesta Casa. Mas nós não podíamos trocar o nosso voto, e o Ver. Jocelin Azambuja marcou bem essas posições quando esteve aqui.

Ver. Jocelin Azambuja, alguma reivindicação nossa foi atendida? Nenhuma? E V.Exa. acredita que, se tivesse votado um projeto do Governo, alguma reivindicação teria sido atendida, Ver. Jocelin Azambuja? Eu não estou aqui falando de irrealidades. Se V.Exas. quiserem, na verdade, montar qualquer tipo de Comissão para verificar quem é que faltou com o decoro, vamos montar. Mas quem faltou com o decoro não foi nem este Vereador, que jamais faria isso, nem foi a Bancada do PTB. Mas se quiserem averiguar, por favor, eu acredito que é um direito que esta Casa tem. Agora, não ataquei, particularmente, Ver. Carlos Garcia, nenhum Vereador. Eu disse, na verdade, ao que nós somos submetidos aqui nesta Casa, exatamente por causa do relacionamento do Executivo com o Orçamento Participativo e da fraqueza dos Vereadores para atenderem às suas comunidades. É isso que está dito, é isso que disse o Ver. Edi Morelli hoje, é isso que repete aqui o ex-Líder desta Bancada, o Ver. Jocelin Azambuja, e que acredito que vários outros Vereadores poderiam repetir: que para defender as suas comunidades, para levar algum serviço até elas muitas vezes tiveram que ser submetidos ou não ter absolutamente nada para levar até essas comunidades. Eu acredito que isso não é justo, que isto que está acontecendo, na verdade, não seja justo. Acho que esta relação Executivo-Legislativo tem que ser modificada ou, então, aquelas comunidades que nós representamos não vão significar absolutamente nada, pelo menos com relação ao serviço que fazemos aqui nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para Comunicação de Liderança.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que nós vivemos no País uma hora muito grave, gravíssima, porque se abatem sobre o Congresso Nacional situações extremamente comprometedoras do próprio exercício da democracia. As reivindicações sociais estão nas ruas, greves e toda uma ordem de desajustes que vêm num crescendo imenso. Se nós examinarmos Porto Alegre, por exemplo, nós vamos ver quantos acontecimentos gravitam aqui.

Por outro lado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, causaram-me espanto e surpresa as declarações desse grande líder do Movimento dos Sem-Terra, o Stédile. Nós conhecemos a história do Cabo Anselmo. Prefiro entender que o Stédile estava num momento infeliz e não faço a interpretação da história recente deste País.

Há todo um conjunto de fatos de gravidade: o discurso do Ver. Braz, a declaração do ex-Vereador Morelli. Prefiro entender, Ver. Luiz Braz, diante do quadro extremamente delicado,  que o Ver. Edi Morelli não seja levado a sério. Por que o ex-Vereador não deve ser levado a sério? Porque, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, olhem o que está acontecendo no Congresso Nacional. Qual é a interpretação da população de Porto Alegre quando abre o jornal? Pensaria: “Olhem, deram dinheiro lá”. Então,  há um conjunto de dados aí que temos que conduzir com a maior seriedade e responsabilidade. Volto a dizer: não me interessa a desestabilização do Presidente da República. Sou contra as suas políticas - acho que ele dilapida o patrimônio, etc. Tenho tudo contra. Mas não interessa a desestabilização do Presidente da República, porque maior do que ele, maior do que todos nós, é a democracia que já perdemos neste País. E nós, eu e tantos outros, sabemos o que isto representou. Talvez não todos, mas muitos sabemos o que isto representou.

Então, fica aqui a nossa manifestação nesta hora que reputo de extrema dificuldade, onde os valores começam a ser questionados. Temos que respeitar as pessoas e as instituições. E há momentos em que gritar num estádio de futebol “está pegando fogo”, dá tumulto. Há momentos, Ver. Luiz Braz, que se gritarmos num estádio de futebol ele vem abaixo. Esses momentos nos preocupam. Se tivermos que levantar alguma coisa, vamos levantar. E vou falar como Vereador que está ingressando no quinto mandato. Vejam bem: jamais negociei qualquer tipo de ação ou qualquer tipo de voto com este ou aquele governo, com este ou aquele partido.

Acho que determinados sorrisinhos não são construtivos a uma relação que se deve ter permanentemente nesta Casa.

Se muitas vezes dei este ou aquele voto, o dei por um alinhamento, muitas vezes ideológico, político, ou porque assim o entendi.

Então, temos que deixar claro isso: deixar de jogar coisas para cima, senão vamos ter que parar a Casa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e investigar. Se estas palavras que estou dizendo não demarcam uma linha, esta Casa vai ter que parar e examinar o que se diz aqui dentro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Nós temos dois pedidos de Liderança que estão assegurados, um do PSDB e outro do PT. Agora eu peço vênia aos dois Líderes para que o Secretário faça o pregão da Pauta, porque senão deixaremos de vê-la cumprida hoje.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): O art. 145 do Regimento diz que a Sessão pode ser prorrogada por duas horas na Ordem do Dia. No entendimento deste Vereador, o tempo desta Sessão está esgotado.

 

O SR PRESIDENTE: Não, Vereador. Foram descontados os tempos em que houve paralisações.

 

O SR. JOÃO DIB: A paralisação só se fez em dois minutos.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós temos ainda, pelo controle da Mesa, mais doze minutos.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu gostaria de saber como se chegou a esse resultado.

 

O SR. PRESIDENTE: Olhando o relógio.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu olho o relógio, mas gostaria de saber como conseguiram os trinta minutos.

 

O SR. PRESIDENTE: Houve questões que levaram até dez minutos, Vereador, para serem resolvidas.

 

O SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem): V.Exa., ao propor que sejam apregoados os processos na Pauta, não havendo tempo posteriormente, o tempo de Pauta terá decorrido e, com isso, aqueles que queiram se manifestar ficarão sem condições. Evidentemente que V.Exa., por razões outras, terá que postergar.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste tempo de Liderança quero retornar àquele documento que mencionei na semana passada, assinada pelo DEP - Departamento de Esgotos Pluviais -, pelo DMAE, DMLU e pela SMAM em torno da proposta do Plano Diretor do Executivo Municipal. Mas quero antes deixar registrada aqui a minha posição em torno da questão levantada pelo Ver. Garcia sobre os estacionamentos da Av. Ipiranga.

Nós tivemos um primeiro estacionamento que a SMT alegava ser necessário ao Hospital Ernesto Dorneles e que, dito pelo Secretário Bertotto e pela Superintendente de Transportes de Porto Alegre, Dra. Nívea Oppermann,  seria sumariamente suprimido no momento em que a Administração fizesse o alargamento da Av. Ipiranga, exatamente naquela quadra em frente ao Hospital. O estacionamento seria transferido para a parte de trás do Hospital, numa pequena rua, e a Av. Ipiranga ganharia maior fluidez no trânsito porque quem necessitasse dobrar à esquerda para retornar pela João Pessoa teria condições de fazê-lo. Portanto, seria eliminado o estacionamento. Surpreendentemente, nos últimos dias, nós vimos que a pressão do poder econômico mudou a posição da SMT e um grande grupo de comunicação conseguiu o seu estacionamento privativo, com rebaixamento de meio-fio - aliás, absolutamente contrário àquilo pelo qual a SMT e a SMAM se batiam aqui.  Eu gostaria até de ouvir o Ver. Gerson  Almeida porque, que eu saiba, sempre a SMAM condenou os estacionamentos sobre espaços do Arroio Dilúvio - aliás, com absoluta razão, diga-se de passagem. Eu fui dos Vereadores que, no ano passado, deixei clara a minha posição contrária àquele Projeto do Vereador do PC do B que queria oficializar o estacionamento defronte à PUC, porque seria um absurdo, um desrespeito aos motoristas de Porto Alegre. Eu sei bem porque sou um dos obrigados a ir à PUC, pois lá sou professor. Vocês imaginem quem não tem nada a ver com a PUC e que está transitando pela Av. Ipiranga e que, repentinamente, tem a pista de maior velocidade interrompida porque alguém quer sair do estacionamento. Quando entra é o de menos, porque é relativamente rápido, mas quando sai gera um tumulto absoluto, até porque os “flanelinhas” atuam à vontade ali. A Brigada Militar faz que não sabe de nada e é um caos absoluto a situação da Av. Ipiranga junto à PUC. Pressionamos para que não se formalizasse aquilo. A SMT expressava a posição contrária e agora, de repente, quando é para uma empresa, aí muda a posição da SMT, aí rebaixa calçamento e vale tudo. A essas alturas, Ver. Carlos Garcia, eu já não sei mais nem o que faço. Agora, quero dizer, com todo o respeito, que da minha parte manterei posição contrária ao seu Projeto, até porque a PUC está resolvendo o problema com os estacionamentos novos, que resulta de uma antiqüíssima negociação da Prefeitura com a Pontifícia Universidade Católica. Parece-me que temos que brigar aqui para acabar com o estacionamento em frente ao jornal. Esse é outro problema e é nesse sentido que quero trazer aqui essa questão.

Acho um absurdo ter-se feito esse estacionamento em frente à RBS. É um desrespeito para com a população de Porto Alegre, ainda que aquele estacionamento gere menos movimento, porque provavelmente os jornalistas e executivos que ali colocarão seus carros ficarão donos, chegarão de manhã e sairão à noite ou coisa desse tipo. Quer dizer, estamos privatizando um pedaço da avenida Ipiranga nos tapumes do Arroio Dilúvio. Mas, de toda maneira, acho um absurdo e pessoalmente acho que isso deveria, inclusive, merecer uma ação jurídica, porque é apropriação de coisa pública por entidade particular com a conivência do Poder Público.

Mas quero deixar registrado, uma vez mais, que esse é o tipo de debate que temos que trazer também para o âmbito do Plano Diretor. Dizia ao Ver. José Valdir, em outro dia, que me deixou muito satisfeito ler esse documento, porque vejo que companheiros do PT, dentro da própria Administração, continuam tendo bom senso, felizmente um bom senso que a SPM não tem demonstrado com relação à proposta que foi enviada aqui. Aguardo para ver que tipo de modificação sofreu neste reexame.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra em tempo de Liderança. A Mesa informa que, descontados os tempos de paralisação, a Sessão vai se prorrogar até as 13h28min, atendendo a solicitação do Ver. João Dib.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): O tempo de Liderança do Partido dos Trabalhadores está assegurado?

 

O SR. PRESIDENTE: Evidentemente que está.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Mas, então, é impossível.

 

O SR. PRESIDENTE: Se V.Exa. deixar o seu Líder falar, concluído o tempo, será encerrada automaticamente a Sessão.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Então não é até às 13h28min, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Concluídos os cinco minutos do tempo de Liderança, será encerrada a Sessão.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei telegráfico, especialmente em relação às questões levantadas quanto ao estacionamento da Ipiranga, porque já comentei com o Vereador, e vou também, oportunamente, em Pauta, debater esse Projeto. Quanto ao pronunciamento do nobre Ver. Elói Guimarães em relação às declarações do João Pedro Stédile, quero-lhe afiançar, inclusive, conforme os jornais hoje parcialmente noticiam, porque sabemos que também não há isenção, que o Presidente da República fez uma manobra divisionista ao pensar, descontextualizar e transformar declarações que esse dirigente importante do  Movimento Sem-Terra fez. Disse que, se as pessoas estão com fome, é legítimo fazer manifestações em frente a supermercados, repetindo uma declaração que já havia feita há quase dez anos atrás, só que, num momento em que é importante para o Governo Fernando Henrique mudar de assunto e transformar as coisas, ele deu uma outra conotação completamente diferente da que até então foi feita. Mudar de assunto, inclusive, tem sido norma na política brasileira. O Ver. Luiz Braz, a meu juízo, tinha “pisado na bola” quando falou o que é comum, normal, acontece com todos nós. Conversei com ele sobre isso, só que, se errar é humano, insistir no erro tem uma outra caracterização popular. Ele disse no seu pronunciamento, conforme notas taquigráficas, que “eu vi e participei de muitas votações”. Caracterizou setores da oposição e que a oposição - e não vou dizer aqui quem -, mas alguns Vereadores da oposição votaram dessa ou daquela maneira porque era dado ou comprado o seu voto através de um projeto importante para este Vereador, e aí vão outras tantas coisas no mesmo tom. O Ver. Luiz Braz parece que está usando aquela máxima de que todos os métodos são possíveis ao fazer política. Quero dizer que sou radicalmente contra esse tipo de postura porque o Ver. Luiz Braz, na verdade, quer, além de mudar de assunto... Porque o contexto era a discussão de uma CPI, ou não-CPI para não denúncias, nas comprovadas compras de votos no Congresso Nacional, onde manchou a questão da reeleição. É por isso que o PT está fazendo uma campanha junto com outros partidos - o PDT e outros - porque reeleição está muito parecido com corrupção. Temos que investigar para que não haja dúvidas em relação a isso. O Ver. Luiz Braz quis constranger todos os demais Vereadores, que não são do Partido governista nesta Casa, a não votar mais nada. Esta era a intenção: constranger  por meios ilícitos, por meios não corretos, por meios da denúncia vazia, os Vereadores  a votarem questões que sejam do interesse da Cidade. Por quê? Porque ele colocou no ar, agora, de que há corrupção, há troca de votos ou coisa do gênero, e qualquer Vereador que votar projeto do Governo agora está sob suspeita. Pois eu quero dizer que, mesmo estando na primeira legislatura, porque na anterior eu fiquei apenas um ano, é uma honra participar do Parlamento Municipal de Porto Alegre. É uma honra porque aqui, exercendo a Liderança do Partido dos Trabalhadores, em pouco tempo, mas intensamente, vi Vereadores que discutem, são contrários, mas que querem negociar questões onde o interesse público é que preside as relações, e não qualquer outra. E nós tivemos hoje uma demonstração disso, quando votávamos uma questão que envolve quase 200 milhões da Cidade de Porto Alegre. Nenhum outro Vereador discutiu nenhuma outra questão que não é do interesse dos moradores, do interesse da Cidade. Ver. Luiz Braz, V.Exa. está desafiado a dizer o que viu... 

(Apartes paralelos do Ver. Luiz Braz.)

 Eu quero dizer que não tenho procuração de nenhuma Bancada para falar e acho que o Parlamento Municipal de Porto Alegre deve ser preservado acima de interesses  menores. O Ver. Luiz Braz disse, desta tribuna, que ele viu. Então, se ele viu, ele deve dizer ou se calar porque chega de leviandades. Não podemos tratar as coisas dessa maneira. Eu vou atender a solicitação sensata do Ver. Elói Guimarães - não vou levar a sério. Muito obrigado.

 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Esgotado o tempo da Sessão. Estão encerrados os trabalhos.

(Encerra-se a Sessão às 13h33min.)

 

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